terça-feira, 27 de abril de 2010

Fabiano Gummo Says:



January 29, 2010 at 8:38 pm
reflexo do eu-anti-simétrico, 2009.

1) Cem agulhas atravessam cem pupilas no manicômio-universidade;

2) A Assembléia dos Exploradores da Consciência alerta que é quase impossível termos certeza de alguma coisa;

3) “É como a estrutura do universo”. Como o substrato do nada. Camadas e camadas de lençóis;

4) Racional ou não, sonhamos, e não existimos;

5) Janelas observam a enxurrada de adrenalina nos caminhos que compõem a rede de passarelas;

6) A Sonoridade tubular é o anseio pela obsessão;

7) Correlações de mim com a parte homuncular de mim mesmo;

Onde eu quero chegar? Aos confins das estações do metrô, ao tratado mental, ao resgate, aos transformadores zumbindo, aos macacos, aos humanóides, ao mimetismo metamórfico, ao movimento sem relativismo, ao gemido noturno, ao triceratops, ao interurbano, aos desaparecimentos, ao poder de mentir, ao sacrifício materno, ao câncer, aos planos de fuga, ao reduto da estética, ao karma, ao antagônico palco, às clínicas geriátricas, aos efeitos sem causas, ao passado;

9) Vejo a catarse holística e catatônica;

10) Personifico o imaginário de quem eu represento;

11) Um torpedo lançado ao mar por um geneticista psicopata;

12) Amortecendo as pauladas no occipital;

13) Galopando no caos noturno;

14) Deslumbrado com o formigueiro ao contrário;

15) Comendo a ratazana pelo rabo;

16) Neuroplastia sintetizada: “cérebro-resposta”;

17) Os móveis são familiares, mas não estão ali;

18) Foda-se Deleuze;

19) Pode ser um elo marcado nos sonhos que divide a iminência do reencontro;

20) Vendo um mundo inacabado;

21) Nascer-morrendo emparedado 9 meses no interior de alguém;

22) Descolando o senso de direção;

23) Andando sonolento pelos campos elétricos;

24) Mapeamento mental;

25) Bolhas humanas infladas;

26) A busca do glúon primordial;

27) Um restaurante no km-23, com eucaliptos ao redor;

28) Nuvens grafite no céu e o som alienígena ecoando;

29) O asfalto serpenteando monolitos assimétricos;

30) Demolição coerente do constructo orgânico;

31) As portas estão do avesso;

32) Cegos e contextualizados;

33) Uma depressão automobilística trincada;

34) Entrego minhas botas ao Dr. Hans Drüb;

35) Querida mãe, dormindo no vórtex;

36) Torrente de espectro policromático diluído em duas esferas de matéria condensada;

37) Mostra a potência das indústrias à esquerda e dezenas de novas sombras à direita;

38) Nos cortamos em cercas de arame farpado, buscando messias que dormem pregados à cama. Ou mártires chumbados no álcool, com olhos de areia grossa;

39) Essa é a Síndrome Criogênico Stambul;

40) São os filhos do código de barras, do código genético;

41) Usando truques para enganar velhas semi-radicais .

42) São réplicas idênticas de um modelo, ensembles;

43) Clones sem almas;

44) Sabedoria da decadência, enterrando os vestígios da idolatria;

45) Há uma regulagem para o método, esta se baseia no conformismo e no condicionamento extremo de não viver mergulhado em bilhões de pensamentos emaranhados num único crânio, mas em vários;

46) Os indecifráveis pictogramas da carne;

47) Claro que nunca mais vou ser um só, visto que um de mim é na realidade a superposição de incontáveis eus – como num baralho infinito;

48) Até onde sabemos, a estrutura visceral dos constituintes sociais atingiu um nível limite;

49) Existe, entranhado no interior da sociedade, aquilo que chamamos de “fraqueza conquistada”, ou seja, a vontade quase involuntária de destruir a realidade;

50) Um complexo de redes tridimensionais acopladas num único bloco;

51) Acreditando numa realidade de processos irreversíveis dentro do sistema de pessoas;

52) Toda fonte de conhecimento colapsa;

53) Tudo pode ser mudado;

54) Uma partícula constituinte do fluxo de carne;

55) Do céu brota a nova ordem formada por gigantescas esferas controladoras da mente;

56) É a época das sombras revivida eternamente;

57) Somos o recheio do bolo de merda;

58) Isolar aquilo que acreditamos, defendendo durante séculos uma verdade defeituosa e real, é a manifestação viva da angustiante distopia na qual estamos imersos;

59) Transformar a carne esponjosa em algo mais denso;

60) Narcóticos fulminantes e catastróficos;

61) Perdemos tudo em vórtices de sangue;

62) A sabedoria não está em lugar algum;

63) Um insight clarividente do homem-máquina moral que atingiu o apogeu;

64) A lucidez é uma flutuação entre dois mundos;

65) O patamar da loucura é manipulada por cosméticos, laptops e asfalto;

66) Visitando cada recanto úmido do limite entre o dura-máter e o crânio;

67) Imerso em gargantas que desejam gritar, mas que acabam sempre soluçando, e é só;

68) Preso na crosta encefálica, vagando em campos cerebrais;

69) É quando os segundos tranformam-se em décadas e as décadas tranformam-se em segundos;

70) A panspermia repousa na beirada sangrenta e auto-complascente da puta que pariu;

71) A fumaça do escapamento e a chuva, formam o Grande Show da Vela Flamejante;

72) A coisa que é o mundo e as coisas que limitam o mundo são engolidas pela coisa que é a vida;

73) Aquela que solda a mente dentro da cabeça;

74) Ele dorme flutuando na planície nervosa;

75) O começo de tudo e de tudo de novo;

76) É a cabeça-cupinzeiro;

77) Do vácuo-compressor cotidiano ergue-se o detonador da revolta criativa;

78) Um minúsculo homem operando dentro da cabeça de um homem maior e dentro da cabeça desse minúsculo homem, outro, ainda menor… e assim por diante;

79) Esse é o barulho da multidão que não respira!

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