quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sam Pablo

Hoje em São Paulo, foi um puta dia caótico. Acordei por volta das 10 horas da manhã com um clarão cinza que urrava com os furiosos automóveis na Brigadeiro. É vespera do lançamento da Caos. Estou nervoso. Sou um detetive privado. Meu escritório fica em um shopping no bairro Liberdade em uma louca galeria com mangás, animês, e tudo o que o meu amigo Candido gosta. Puta que lo pariu! Nunca vi tantos otakus juntos. Eu no meio dessa gente. Uma das meninas olha uma vitrina quase lambendo o vidro, ela fixa os seus olhos grandes em um bonequinho.
"Sexy, sexy, sexy!!!"
Ela grita como numa orgia para o amigo gay.
Eu preciso saber o nome dessa doida.

Continua...

É amanhã que vai nascer um novo universo!

domingo, 14 de dezembro de 2008

As Cegas...

Psitis! Estou há duas noites em São Paulo e começei um projeto de quadrinhos que envolve essa bruta megalópolis. A idéia original era postar uma hq sendo produzida aqui e agora, mas na casa da Carolita na há scanner. Então fudeu. Mas posso contar o que é o projeto.
Há um ano atrás eu pensei em criar uma hq de detetive. Trata-se de Sam Pablo. Ele é tudo o que já vimos em todos os detetives. É o clichê do clichê. Um usuário da gabardine e o chapéu. Revólver no coldre e cigarro na boca. Sempre com frases feitas. Durão, principalmente com as mulheres.
Alguns vão dizer que o Ferreira devia parar. Chega de detetives! Você não faz idéia do absurdo dos casos que esse maluco sai para investigar, não supeita dos tipos que cruzam nas tramas e nem pode prever como vai ser a cidade de São Paulo que vou mostrar. Vou falar a verdade, Sam Pablo...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

É amanhã que o mundo vai acabar?


Estou com uma grande expectativa sobre amanhã à noite. Sexta, 12 de dezembro, em São Leopoldo um Aleph vai abrir uma passagem para o surreal mundo de Fabiano Gummo. A luz dos seus desenhos vai assombrar as nossas mentes com uma espectral cor desconhecida, eu sei que muitos que estarão lá não vão voltar.
Vou atravessar o crepúsculo em um fusca guiado por Rodrigo Rosa e seu co-piloto Sica, ou Pax. Sinceramente eu não sei bem como isso vai suceder, mas vamos sangrar a interzona industrial Cronenberg que interliga a terra das risadas para ver uma película de horror feita pelo menino Lucas. Mas que é Lucas? Eu não faço a mínima idéia. Eu suspeito que é a encarnação paranormal da mente doentia do gringo Gummo, el gringo májico del horror.
Talvez eu não vá, mas vou.
Quem é da opinião que a realidade é uma utopia conspirada pelos frangos da Avipal deve realmente não deixar de ir. Por que amanhã o mundo vai acabar.

Lançamento do Caos na HQ MIX


CAOS- A primeira parte da mini-série em seis partes de Carlos Ferreira será lançado em São Paulo na livraria de quadrinhos HQ MIX, Praça Roosevelt, 142, Centro, no dia 18 de dezembro, às 19 horas e 30mins.

Em um dia qualquer, Cao, nerd apressado para não perder o seu programa de tevê, encontra um estranho olho no caminho de casa. Fã de Will Black, uma personagem da série de tevê Religio, série que Cao acompanha metodicamente, desperta mais a sua atenção com um detalhe no episódio inédito onde uma coincidência, um outro estranho olho também é encontrado por Will Black. Isso desperta em Cao mais atenção nas nuances da série que emergem em sua vida. Aos poucos ele irá perder o seu senso de realidade, assim como Will Black. Isso levará aos dois à mesma jornada surreal, intimista e de profundo horror.

Caos é uma história em quadrinhos que mistura vários gêneros como o suspense, realismo fantástico, drama e horror. Não é nada convencional. É quadrinhos que experimenta novos desafios na linguagem e na narrativa da nona arte. História em quadrinhos que já foi publicada em 2004 e agora, quatro anos após, é reeditada pelo próprio autor para dar início há uma nova proposta editorial, o selo de quadrinhos Ferreteria.
Trama de Caos é centrada na personagem Cao (alter-ego de Carlos Ferreira) e na personagem Will Black (paródia da personagem Frank Black da extinta série de tevê Millennium de Chris Carter).

Carlos Ferreira é gaúcho. Roteirista e desenhista, uma das referências dos quadrinhos de autor underground dos pampas, é cineasta, diretor de tevê de diversas séries realizadas na RBSTV, filial da ( Globo) entre elas: Histórias Extraordinárias.
Publicou nas revistas Dundum, Peekaboo, Made in Brasil, La Voz del Bajo,Olho Mágico e outras, em diversos países como Argentina, Alemanha e Japão. Em 2009 é previsto o lançamento de Os Sertões, pela editora Agir, polêmica adaptação para quadrinhos que Ferreira assina como roteirista. Obra realizada com o seu comparsa, o desenhista Rodrigo Rosa.

Lançamento da mini-série em quadrinhos, CAOS - Na livraria de quadrinhos HQ MIX, Praça Roosevelt, 142, Centro, no dia 18 de dezembro, às 19 horas e 30mins.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Cavalo de Tróia.


De uns tempos para cá as máquinas começaram a esquentar, as engrenagens a se mover e o destino é incerto... mas promete! Acho que essa onda começou em agosto de 2007, começou com uma ruptura, uma prazerosa ruptura com o que exite de mais careta na nona arte. Antes eu acreditava que estávamos todos os quadrinhistas no mesmo barco, mas a experiência e o caos me elucidou dessa tirânia. A coisa não funciona assim, a sociedades nos quadrinhos é tribal. As tribos estão aí, ainda somos primitivos. Vamos nos formando em guetos e não é nada ruim isso.
Há um novo rumo surgindo à beira da passagem de 2008 para 2009, segundo uma amiga astróloga, falo de ti, Gi, o leão vai alinhar os astros em 2009. Eu, cético, paradoxalmente, concordo que um leão alinhou os astros. Falo dos astros da PEEKABOO 4. Como eu já citei, a PEEKABOO retornou depois de um hiáto de 14 anos e vai parir com 15 anos. Mas o que retorna não é só uma revista conceitual, mas o que achamos ser uma proposta mais autoral nos quadrinhos. Concordamos todos os envolvidos quanto o assunto é expressar e contar uma história do seu jeito e estilo. Falo de Adriano, Pax, Sica, Martins, Gummo, Nik, Rosa e eu (Ferreira), que quando o assunto é ser artistas, não venham com propostas editorias industriais, caretas e marketeiras. Com nós a coisa funciona em outra esfera. Cada um é como o Pax disse, um veterano com cicatrizes de guerra. Sabemos como fazer as coisas e estamos aberto a mostrar que vamos até o fim do jogo experiementar as possibilidades e armas. Cada um com os seus dons.
Sexta passada foi realizado um encontro com os autores da PEEKABOO, que para as nossas vidas já é um grande marco. A convocação foi histórica. Estávamos todos na casa do Pax, planejando a estratégia para o ano de 2009. Foi o leão alinhando os astros para 2009. Nós somos o rei das selvas. Nós somos a besta. O Bestiário.

Vimos que os quase 20 anos de continuidade que temos como artistas e amigos faz de nós um grupo. Oficialmente formamos agora o grupo: BESTIÁRIO. ( anotem aí: Leandro Adriano, Carlos Ferreira, Fabiano Gummo, Walter Pax, Rodrigo Rosa, Rafael Sica, Moacir Martins e Nik são agora um coletivo). Antes de ser publicada a revista PEEKABOO 4 nós vamos ver muitas coisas desse grupo, entre essas um manifesto artístico, uma hq monstruosa do coletivo Bestiário em um blog (Bestiário Peekaboo- blog programado para janeiro de 2009.)

Estamos muito empolgados e com sede de bons quadrinhos...

sábado, 29 de novembro de 2008

I Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro- Parte 2


Foto um: sim, passamos por baixo da roleta. Com a grana que não pagávamos o ônibus compramos o macarrão dos almoços dos dez dias de gibi, bicho! Vale tudo na arte!
Foto dois: A Liga de Desenhista fazendo história na história dos quadrinhos do Brasil.Cena mitológica da exposição do Bilal.


Continuando... essa I Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro ainda é uma grande referência para todos nós. Mesmos velhos e rabujentos, mantemos o mesmo romantismos e sarcarmos adquiridos, ou fortificados ali. Posso diser que esses dias fazem parte dos melhores dias da minha vida compartilhados com os meus melhores amigos. Amigos que eu mantenho até hoje, parcerias concretas e inteligentes. Cada um aqui foi e é guerreiro, artesão e autor. Ainda buscam expressar as lições que aprenderam nesses dias que deram luz aos anos 90. Fazem esssa gang a sua marca.
Eu lembro quando assistimos as exposições dos originais do Bilal, que vi o Jack e o Walter olhando as artes, as acrilicas e o lápis, as aguadas que hoje são as bases de alicerce das artes desses fantásticos artistas gaúchos. Lembro do Rodrigo impressionado com os seus ídolos Muñoz e Sampayo, buscando conversar sobre as manchas negras e soltas expressadas na arte de Allack Sinner.
"Afinal o que significa isso?"
"O significado está dentro de ti, amigo."
Foi essa a principal lição que aprendemos sobre o que desejamos nos quadrinhos. Buscar o significado de ser contadores de histórias e buscar novas formas de expressão com os quadrinhos.

Aqui começa a reunião dos gênios:
Foto um: Bonelli,Alberto Breccia, Muñoz, Sampayo e outros.
Foto dois: Breccia, Muñoz e Sampayo com a gang. Afinidade com esses guris.


Ontem Walter cometou sobre o primeiro post sobre a I Bienal de Quadrinhos, o neguinho falou da emoção que foi ler e rever essa época. Outros estão comentando comigo, perguntam quando foi isso, ou que outros registros existem.
Bom, vou responder sobre na próxima parte.

Quem disse que não rolou amor na Bienal de Quadrinhos? Olha aí a prova do crime: Pax totalmente entregue pós uma sessão de frique-frique com o Vinz enquanto o nosso peludinho tem um sonho erótico com uma cena um pouco supeita que ele assitiu na Bienal. A cena: Nossos heróis Drégus e Rodi confraternizavam carinhosamente com os grandes heróis Marvel. Reparem nos detalhes: Onde está a mão do Capitão America nesse abracinho apertado com o Drégus? Por que o capitão esconde algo com o escudo? E o Rodi? Como ele explica essa coçadinha no ombro do Homem-Aranha? E por que o tecido do uniforme do cabeça de teia tá estranho na região da virilha?

Continua...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Paisagens Suspeitas


Não sei se o Gelson Radaelli tem a intenção de assustar as pessoas com o seu trabalho, mas conheço muita gente que tem medo dos seus quadros. Na verdade, andei constatando, sentem horror quase pânico diante daqueles quadros enormes que nos contemplam. Um pouco por isso; diante dos quadros de Radaelli nos sentimos contemplados. Isso, é evidente, dá um certo calafrio no incauto observador. Não a banalidade do frio na espinha que causa o filme de terror ou os romances de Stephen King. É outro calafrio. Talvez aquele que nos atinge quando fechamos a última página de "A outra volta do Parafuso" de Henry James, ou caminhamos solitários por certas ruas de Porto Alegre. Quando somos obrigados a pensar. Quando olhamos a nossa volta. Quando vemos essas paredes cinzas, esses rostos frios, essas pequenas mãos sujas estendidas, esses papéis voando, esses homens de sobretudo preto que circulam silenciosos e nos olham sem compaixão e nos deixam desamparados, com sentimento de culpa que não sabemos identificar porque nos sentimos suspeitos de alguma coisa. Alguma coisa muito estranha, muito feia, muito escondida fizemos em algum lugar e os quadros estão ali, mudos, grandes, em preto e branco e com aquela pastosa massa vermelha sangue para nos informar que eles sabem. Eles sabem. Alguma coisa eles sabem, alguma coisa que nós mesmos já esquecemos, mas aqueles quadros enormes, com aqueles homens disformes, sabem. Neste emaranhado de mentiras em que se transformou nosso universo de podres humanos, tudo é suspeito, e a pintura de Radaelli não nos deixa esquecer isso. As benesses são suspeitas, os elogios são suspeitos, a grana é suspeita, a glória é ainda mais suspeita, a paisagem é suspeita. A única e minúscula esperança, a básica esperança é a pintura em si mesma, incorruptível no seu horror velado: ela é a tenaz resistência do artista, o corredor impoluto que o leva para a alma.

Tabajara Ruas

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro-Parte 1


Ethon Fonseca- virou o Guimik da Bienal com o seu nariz vermelho comprado em São Chico. Ethon é francês e foi o primeiro militante contra os super-heróis.


Em 1991, eu com 21 anos, alguns dos guris com menos idade, acho que o Walter Pax tinha lá os seus 17 anos, Rodrigo Rosa com 18 anos e rosto da patota por aí.
As primeiras notícias da Bienal começaram a chegar pelos membros da Grafar, por Adão Iturrusgarai, Santiago, Vasques, Guazzelli e outros. Depois começamos a ler sobre a Bienal dos Quadrinhos nas revistas Animal e Panacea.
Ethon e eu, amigos que trocavam idéias e informações sobre tudo dos quadrinhos. Quando soubemos que Breccia e Will Eisner viriam para o Brasil começamos a projetar a ida para o Rio.


Vista do apê do Rio. Dez dias nesse apê que até o fim da Bienal era só cheiro de saco sujo. Tinha gente que passou mais de dez dias sem tomar banho. Já saido de Porto Alegre fedendo. Putz...


Ethon tinha uma tia com um apê em Copacabana, ela emprestou o apartamento para ele. A sede estava definida, próximo passo era tentar levar o maior número de quadrinhista para lá e foi o que fizemos. Cada um foi juntando grana, como dava, por empréstimo, por trampo e a família. Ethon, até a Bienal, foi viver um tempo em São Paulo. A figura do Ethon é de grande importância nessa história, ele foi o que se pode dizer de Yoda, ou Moisés, o Jesus, comparado a Antônio Conselheiro, pré-destinado como Ka-el. O cara foi líder. Estamos todos em dívida com ele. O esforço maior foi desse mestre. O cara laburou em São Paulo, com um trabalho nada fácil, para conseguir financiar a ida de alguns membros do grupo que não tinham grana. Cedeu o apê da tia dele na boa para todos nós. Tudo para um futuro melhor para os quadrinhos gaúchos. No apê ficou Jack Kaminski, Walter Pax, Vinícius Martins, Rodrigo Rosa, Moacir Martins e outros que nem lembro mais, impossível.


A liga dos desenhistas: foto 1( Walter Pax, Vinicius Martins, Carlos Ferreira, Ethon Fonseca), foto 2 (Walter Pax, Jack Kaminski e Carlos Ferreira). Fomos para o Rio para mudar o mundo! Super fortões! Que mico!


Depois de organizada a viagem para o Rio, fui passar uns dias em São Paulo para fazer companhia ao amigo Ethon. Quase não lembro nada do que fizemos em São Paulo, fora ouvir uns lps do Gonzagão, erva santana e mais erva santana. Mas lembro da chegada no Rio. Chegar de ônibus e pegar um táxi até Copacabana, depois encontrar o edifício Máster, se não era o edifício Máster, era muito parecido. O apartamento era super pequeno, um jk. Onde dez ou doze pessoas estariam vivendo ali por dez dias no período da Bienal. Uma loucura! Pelo menos a janela tinha vista para o Cristo.


Foto 1: Ethon Fonseca, Rodi Rosa, Moacir Martins e Vinicius Martins.
Foto 2: Rodrigo Rosa, Rodi Rosa, Vinicius Martins.

A Liga dos Desenhistas foi chegando aos poucos. Durante os dois primeiros dias. Mas na Bienal a coisa já fumava. Era o paraíso dos desenhistas.


Histórico encontro com o Will Eisner. Veja o detalhe da foto com o Will impressionado na presença do Rodi, editor da Made in Brasil. Will (querendo uma boquinha na revista de vanguarda mundial) estende a mão para o Rodi, mas ele não tá nem aí para o pai do Spirit.


Continua...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Guerra!


Alguém me perguntou onde está a guerra. Que guerra é essa? Eu posso fazer outra pergunta no lugar...Onde está a paz? Onde está a fraternidade, irmão? Onde está a igualdade?
Desde criança eu fui educado a acreditar no ser humano, na sociedade e seus meios, nos amigos e nos sonhos.
"Perante a Deus somos todos iguais."
Há felicidade espalhada em todas as janelas, cartazes, filmes. Em todas as imagens.
Lixo! Até aqui só vi jogos, mentiras e covardia. Salvo poucos exemplos de coragem, honestidade e inocência.

Essa semana parei para assistir um programa na Discovery Channel sobre a industria dos games, a evolução dessa industria e seu casamento com os militares norte-americanos. Sim, sei que não é novidade, mas os mílicos norte-americanos estão cada vez mais recrutando bons jogadores de games. Já há uma industria militar de games, e esses games são cada vez mais realistas e o perigo disso está em um dia o ser humano fuzilar outro humano na emoção mais Doom da vida. A tecnologia dos games avança para um perfeccionismo de gcs não ao acaso. É para parecer verdade porque um dia o jogador vai jogar com a realidade, mas esse jogador saberá o que é realidade?
Também assisti outro programa, meses atrás, sobre sobre a utilização da biotecnologia nas guerras. O conceito do supersoldade ja é uma fato, mas não realidade. Estamos cada vez mais distante do conceito da realidade, talvez nunca soubemos bem o que é realidade.
"Realidade é o que você força fazer."
Lembro de um momento do Corto Maltese onde uma feiticeira diz para o Corto que a mão dele não tem a linha da vida. Corto pega a faca e corta a palma da mão criando a sua própria linha da vida. Queria eu ter feito a mesma coisa, mas estou preso a essa rede enroscada da realidade. Onde tudo é oculto.
Alguém perguntou onde está a guerra...Mas preciso educar os meus filhos, criar uma redoma propetora em um país que divulga pedófilos a cada 30 minutos no Globo News, pais atiram crianças pela janelas, polícia confronta outro time de polícia com armas de guerra. Avião explode com 176 pessoas...
Onde está a guerra?
Vai tudo pelos ares por que o ser humano é merda!
Hoje eu faço parte de uma geração que podia ter feito a diferença, mas não fez. Postergou todos os projetos, acumulou tudo em projetos inacabados, disperdiçou tempo com a vagabundice, disperdiçou o meu tempo. Sempre acreditei que podíamos ter feito a diferença, acreditei na liga. Ainda acredito na parceria. Em um grupo consciente fazendo a mudança.
Vivo a época dos cínicos, e sou mais um desses. Mas hipócrita não, amigo. Mantenho as mesmas idéias e ideais há mais de 17 anos. Há 38 anos. Nunca me vendi para nenhum laborátório de desenho. Pagando ou não minhas contas eu ainda estou aqui expressando a minhas idéias e emprestando essas, esboçando essas idéias para ti, produzindo-as em eterno conflito contra essa guerra que poucos querem ver.
Ser humano é lixo e eu não varro para baixo do tapete. No fundo sou romântico e luto por uma mudança ou no mínimo um pouco lúcidez. Aos que possam (ou sabem )pensar e dizer: lúcidez de quem? Tá falando de quem? Da tua falta de lúcidez?

Sim, bebum, sim...
Afinal, que guerra é essa?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um tira gosto...


Roteiro, desenhos e cores: Carlos Ferreira
Desenhos, cores e arte-final: Moacir Martins

PeekaBoo 4



Os Intocáveis na foto selaram um pacto contra os gangsters e disseram:

- É guerra?
- Certo, declaramos guerra à mesmice, ao clichê e a linha de produção vampiresca.
- O mundo de consumo dessa falida globalização tece uma crise mundial onde as galinhas apavoradas vão comendo toda a ração enquanto a água vai sendo evaporada das reservas naturais para os tanques vazios de petróleo roubados no Iraque. Essas criaturas bebem por indução à nossa fonte criadora enquanto trocam o prólogo por o epílogo. Mas nós, submergimos para depois emergir bravos com a idéia da revolta.
- Reações de energia quântica propulsora do tecido imaginativo do universo explodem maravilhosas histórias em quadrinhos nas nossas cabeças.

Dizem os bufões-ronins reunidos na fotografia acima.

- Nós, Peekaboo, um grupo de artistas, iremos cortar mais uma vez o ritmo merengue poser rocker para uma área enlouquecida da orquestra clássica de vanguarda. Somos grafistas de identidade. Vamos publicar a Peekaboo 4. Estão preparados para isso?

- Sim, falta humildade da minha parte quando digo que vamos fazer a melhor revista em quadrinhos já produzida. Original, textual e de desenho único.
- Uma energia química, ou termo nuclear, uma força que vai romper o tecido do espaço tempo transmigrando do passado para o futuro a anarquia de uma geração que tremeu as bases do grafismo nacional e internacional na Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro. Peekaboo foi considerada a melhor revista independente dos quadrinhos pelo próprio Will Eisner, por Alberto Breccia, José Muñoz, Felipe Cava, Carlos Sampayo e Moebius na Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro.
- Isso exatamente há 17 anos.
- Agora ela volta para honrar esse mérito para uma nova geração de leitores e seu fiel público, gente. É hora de impor respeito!

- Rafael Sica. Fabiano Gummo. Walter Pax. Rodrigo Rosa. Moacir Martins. Leandro Adriano. Nik. Carlos Ferreira. E mais...

- Peekaboo 4 em maio de 2009. Vai explodir o território dominado pela nação de zumbis, os brazuquinhas gringos.

- Estão realmente preparados para isso?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nasce Menina Morango


Uma rápida introdução. Quando eu comecei com essa história de fazer quadrinhos me foquei com uma pretenciosa idéia de fazer uma série em quadrinhos. Inspirado em séries de tevê como Twin Peaks; séries de quadrinhos como Torpedo e Monstro do Pântano; e sequências reais de uma época da minha vida. Foi assim que surgiu uma lisérgica história em quadrinhos batizada de Menina Morango.Isso lá no início dos anos 90. De lá para cá eu produzi em um ritmo caótico mais de trezentas páginas desse universo que é quase inédito, salvo três histórias publicadas na revista PeekaBoo Quadrinhos e a mini-série CAOS. Universo apelidado de Ferreteria.

Decidi finalmente abrir as caixas da última mudança que fiz há cinco anos e revi essas páginas e personagens como Cao, o Assassino do boné N, Niki, o Homem-Corvo e outros...Foi uma sensação estranha rever essas páginas mofadas e mágicas.
Abri as minhas caixas de Pandora e um universo gritou! Vai expandir aqui!
Essa extensa saga da Menina Morango tem um conto com um bom clima de introdução dessa dimensão de realismo fantástico, apesar da ausência da personagem principal Cristina, Menina Morango.
Centauros é uma história escrita e desenhada em 1994, eu me inspirei numa escadaria aqui em Porto Alegre, e fotos expressionistas. Na época eu queria criar uma hq que não fosse do universo Menina Morango, mas relendo esse quadrinho, hoje, eu vejo que tem tudo a ver com a Cristina. Acho até que ela é a Morela (uma das personagens de Centauros), Cristina poderia estar disfarçada...Bom, melhor não falar nada. Bom, vou deixar vocês descobrirem o mundo da Menina Morango. Busquem o blog Menina Morango nos meus links, amigos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Super Obama!


Ontem foi uma noite Sopranos. Dois cafas no submundo filosofando o futuro do planeta. Falo de Rodrigo Rosa e eu. Fomos até o escritório do Tony Soprano enquanto o Barack Hussein Obama era oficialmente confirmado o novo presidente do EUA!
“Grande ironia do destino, os EUA ter um presidente norte-americano com esse nome.”, disse o Rodrigo Rosa ontem em um inferninho.
“É a Black Power, hermano Rosa. Demorou, mas...”
Sim, foi mais um momento que todos nós vivemos da história mundial. Quem diria? Um presidente negro no EUA. Foi como ver o homem pisando na lua. O planeta todo parou.
Lembro da sensação de pessimismo que eu tive depois das quedas das Torres. O falado fim dos tempos na série de tevê Millennium de Chris Carter. Mas com o Obama há um fôlego novo, um clima de otimismo em uma época de trevas.
Isso vai se refletir nas histórias em quadrinhos, amigos. Nos Comics e nos Gibis. Em breve o mercado dos Comics deve se fechar para a produção estrangeira. Menos desenhistas brasileiros vão desenhar para os EUA. Com o Obama serão centradas as oportunidades de trabalho no povo norte-americano. Isso não deve só acontecer com os comics, mas com diversos produtos de exportação brasileira que põe em risco o trabalhador dos EUA. O Dolar não deve sair como antes das fronteiras da América. Medidas serão tomadas, a principal regra desse governo é prestigiar o trabalhador norte-americano. Vai ser assim com tantos produtos brasileiros. Tal mudança devido à crise econômica norte-americana.
Não significa que não vamos ver desenhistas brasileiros no mercado gringo, mas vai ser um mercado mais competitivo para se ter os brasileiros nas editoras. Acho isso bem bom, vai gerar mais competividade. Vai ter muitos estúdios e agenciadores de desenhos quebrando no Brasil. Quem sabe assim o gado brasileiro aprede a olhar o seu próprio país e começe regassar as mangas na busca de uma identidade própria para os nossos quadrinhos. Então ao invés de John, Jack e Stevie teremos João, José e Esteves.
Preparem-se, isso a partir de 2010. Quem quiser seguir uma receita para sobreviver essa revolucionaria mudança, melhor ser mais criativo. A época de puta barata está com os dias contados.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008



Procure ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma pessoa de sucesso.
Albert Einstein

domingo, 2 de novembro de 2008

Vinicius Martins

Outro sábado, 01 de novembro. Como eu disse, sábado passado um sábado especial. Um tio meu acabou morrendo no fim desse sábado. Seu nome João Jorge Marques dos Santos. Passarinho, Jorge, morreu de câncer, um querido parente, foi uma morte injusta, sofrimento por anos. Morreu em condições delicadas de pobreza e tristeza. Eu não acompanhei os seus meses finais, certo sentimento de culpa eu sinto, mas a minha covardia e preconceito foram mais forte. Mantive-me longe dele, posterguei uma visita até o extremo. No domingo eu fui ao enterro.
Ok, fui um filho-da-puta. Eu que declaro sempre aqui um grito sobre mantermos a nossa humanidade, estou agora mostrando um lado meu obscuro, mas fazer o quê? Joguem as pedras!
...
Bom, mas não é de mim, ou minha família que eu quero falar aqui hoje. Vamos deixar isso para um outro momento. É sobre o quadrinhista Vinícius Martins. Antes de eu dizer qual quer coisa sobre Vinicius “Vinz” Martins vamos mostrar o que ele era capaz de fazer nos quadrinhos com os seus 17 anos. Leiam:


vinz

pagina 1



página 2


página 3




página 4

Eu reli essa hq no mesmo sábado da morte do meu tio. Impressionou-me o texto, a narrativa e até os desenhos que a primeira vista parecem traços feios, duros e sujos, mas lendo esse quadrinho você vai descobrir que são garatujas atmosféricas dando um senso de pavor e ruína.
Essa hq foi lançada em uma revista “fanzine” independente chamada Fantoche. Isso em 1989, a Fantoche, uma coletiva de autores juvenis, artistas que se conheceram na escolinha de arte da UFGRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Eram Ethon Fonseca, Vinicius Martins, Moacir Martins, Daniel Pellizari e Luiz Pellizari. Todos esses guris envolvidos tinham sensibilidade, inteligência e humor peculiares. Expressaram idéias e buscaram experimentar um senso de intimismo que divergia das correntes estéticas dos quadrinhos profissionais onde na maioria das vezes esses quadrinhos profissionais publicavam e exploravam os gêneros de humor, aventura e super-heróis.

Em “Feliz Aniversário”, Vinicius Martins filma um curta em quadrinhos. É meticuloso e original o uso da câmera.

Primeiro ato:
A história começa com um plano interno, detalhe de uma quina de paredes revelando parte dos tijolos de um imóvel não conservado, um conjunto de hachuras irregulares sugere a luz e sombras como mais uma textura caótica no ambiente. Já no primeiro quadrinho somos inundados com o clima da história. Cabe dizer que essa primeira página é toda muda, em silêncio, sem nenhuma placa de texto ou diálogo. O único texto existente que temos é o titulo da história que também é uma informação impar de corrosão e humor negro. O primeiro quadro se destaca na página por que tem uma proporção maior de espaço e dimensão, se diferenciando dos outros quadros que são de exato mesmo tamanho. Se fosse um filme, eu diria que a história começa com uma pan, de movimento sutil, de uma quina de parede até chegar há uma das personagens de “Feliz Aniversário”.
Segundo quadro, aqui não só nos foi apresentado uma personagem, mas um condomínio (metafora para um universo e personagem quase kafkaneano.). A personagem de costas nos revela que está observando para fora da janela à vida, enquanto fuma um cigarro deixando passar o dia (aqui é usado uma técnica de mestre por parte do Vinicius, sem saber quem é essa personagem nós já nos identificamos com ela. Quem aqui não experimentou momentos de voyeurismo?).

Segunda linha de quadros da primeira página (Conjunto de quatro quadros): Mais um raciocínio de gênio pode ser observado com o que vem: Parece que após a indução mágica de identificação com a misteriosa personagem, passamos a ver com os olhos dela uma janela.
Terceira linha de quadros: é onde a textura muda para um clima escuro, hachuras densas nos revelam que há o mal ali.
Quarta linha de quadros: Virando a página o mal (escuro) é soprado para longe e vemos um rosto na janela. Parece que há uma comunicação de olhares entre essa nova personagem e a primeira. Mas essa troca de olhares, ou afinidade não é ordinária, mas um mistério na trama. Fim do que vou chamar de primeiro ato.

Segundo ato:
Quinta linha de quadros: começa o segundo ato. Há uma mudança de enfoque da narrativa com o surgimento de diálogos. Não sabemos muito bem quem fala o que no primeiro quadrinho, da quinta linha.
Segundo quadro: Ainda temos a segunda personagem na mesma posição na janela, mesmo com uma leve mudança na posição da câmera. É nesse, o segundo quadro, que somos apresentados aos novos personagens, um casal, que faz uma mudança, começam viver juntos no mesmo apartamento da segunda personagem (irmão do suposto namorado). Esse segundo ato se sustenta em duas linhas de quadros, formando um total de oito quadros. É aqui onde acompanhamos o principal conflito da história, a segunda personagem é um homem que possui uma rara doença que o faz envelhecer rápido e aparentemente isso também o faz ser tratado de uma maneira isolada e especial. Ser tratado como um deficiente.

Terceiro ato:
Há uma elipse de tempo simbolizada com a janela fechada do segundo apartamento, lar do casal e do homem doente. Essa elipse é peculiar e mais uma das peças de grande originalidade da história. Um quadro, o primeiro quadro da quarta linha de quatro quadros está em silêncio, dando uma margem de respiro entre o ato anterior e o próximo, meticulosa narrativa desenvolve uma sutil mudança de tempo e processo da relação do casal. Agora o Casal vive a densidade das discussões mundanas da rotina, onde a catarse das brigas é o irmão doente. Agora ele é caracterizado como um homem bem mais velho e mais calvo isso reforça o desenvolvimento da doença e a passagem do tempo. Ele ainda não saiu da posição da janela, de ser um observador. O casal briga por isso, o homem doente escuta tudo (ver detalhe: orelha. Quadro 4 da linha 4 de quadros.) resultado disso é uma briga. A mulher é espancada pelo marido. E outra vez, o rosto do irmão doente. Saímos da intimidade desse apartamento pela janela fechada.

Quarto ato:
Em corte seco para o interior do apartamento. Somos apresentados ao centro da trama. Uma ruptura é declarada (monólogo do irmão não doente que explica a condição deles viverem juntos no apartamento). Os irmãos estão no escuro ( revelação do mal). Quase não aparece o irmão doente, quando aparece ele é uma figura em silhueta (ver o quadro 1 da linha dois da terceira página.).

“...e bem...o que eu to querendo te dizer é que... eu não vou mais pode cumprir o trato queu fiz com a nossa mãe...eu não vou podê mais te sustentá...”

Próximo dois quadros com close no irmão não doente, fechando nos olhos expressivos. Eu particularmente sinto curiosidade e culpa nesses olhos. Essa tensão é dada pelo autor sem qualquer uso de texto explicativo. É intensificado e é sugerida essa tensão emocional com a construção dos diálogos que antecedem esse dois planos, e que postergam o fim da cena.

“ É bom vê que tu compreendeu!”

O destino é traçado ao irmão.
É importante ressaltar a ausência da mulher. Sentimos com essa ausência que ela não vive mais ali.

Quinto ato:
Agora quem ocupa o lugar do irmão doente é a mulher, o diálogo no primeiro quadro sugere uma crise de consciência. Mais uma peça preciosa e não casual da história. Uma escolha foi feita entre o irmão e ela ( No fundo, quase como uma sombra o homem diz o tempo em que o irmão já não vive mais lá. Passaram dez anos).
Estão os dois velhos. No terceiro quadro da quarta linha de quadros da página três, o homem segura um objeto, o que eu leio como um espelho. Ele desenvolve o seu histórico com o irmão, reflete que o abandonou e acha que talvez até esse deva estar morto. Morto de velho e o peso da suas próprias vidas em ruínas afloram em seu rosto em corte estranho no quadro.

Sexto ato:
Homem com o jornal na mão mascara o seu rosto. É como o uso de um lençol escondendo as feições de um cadáver. A mulher segue o mesmo truque do marido abafando a sua vida de si mesma enquanto fecha a janela e limpa os vidros. A câmera sai do apartamento e retorna para o primeiro apartamento acompanhado de um estranho som.
Vemos a fotografia de um casal em um porta-retratos sobre uma penteadeira, ou um armário pequeno. Essa fotografia está refletida em uma lente de óculos, o estranho som ainda acompanha o desenvolvimento da cena. O rosto da nossa misteriosa primeira personagem. Ele está com uma corda no pescoço e se enforca. O som é do enforcamento. O suicídio é concluído em um fade até o fim da história.

Quando reli essa hq eu pensei em redesenhar essa obra, mas avaliei melhor e decidi não. Já está tudo lá, ela tá pronta, e se eu fosse fazer, eu só mostraria uma arrogância minha de querer mostrar que o meu desenho é melhor. Que imbecil eu seria. Não acredito nesta escala de valores quando um obra dessa atinge tal intensidade e valor artístico. Carlos Ferreira, seu prepotente. Redesenhar "Feliz Aniversário" seria só passar um verniz em um quadro de Vang Gogh. A magia dessa obra prima tá toda ali. Nada vai tirar isso, ainda me espanta ela ter sido desenhada por um menino de 17 anos. Hoje a garotada de 17 anos não faz mais hqs assim. Quando fazem hqs, querem desenhar mangás e super-heróis. Naquela época não era diferente, mas temos esse exemplo aqui de maestria impulssionada por uma geração mais intelectualizada. Formada por uma geração de autores mais libertos de formulas. Bebiam da fonte das revistas como el Víbora, Cimoc, Fierro, Metal Hurlant, Linus e Animal. Também estavamos todos mais próximo do cinema de autor e da literatura beat e das outras escolas literárias como o realismo fantástico.
Eu li essa hq e no mesmo dia lidei com a morte do meu tio. Essas duas situações se chocaram em mim. Levaram a eu me questionar, rever os meus valores, seguir em frente...

Vinicius Martins, o Vinz, ainda desenha quadrinhos. Recentemente ele fez uma série chamada Dêmonios na Cozinha, que é inédita e bem divertida. Eu li. Ele tem outras hqs curtas, ótimas! Mas o cara está um pouco recluso, abandonou o mundo, se dedica a música eletrônica industrial em sua caverna, já é um senhor e pai de família. Um puta artista que faz diferença e falta com as suas garatujas de gênio. Vale descobrir!

domingo, 26 de outubro de 2008

Flauta Mágica

Sábado, 25 de outubro. A chuva faz com que eu pense em passar o dia em casa coçando o saco.
A Dani, minha esposa, não trabalha nos sábados. Esse é o dia em que ela tenta acordar sempre ao meio-dia. Os nossos filhos pulam cedo da cama querendo assistir os desenhos animados na tevê, enquanto eu zonzo de sono, faço o café da manhã deles.
Hoje é um sábado especial, mesmo zonzo, vou organizando na minha cabeça as minhas idéias. Parece que o meu último texto no Arquiteto das Sombras- Quadrinhos Criticados tá gerando polêmica. A crítica que escrevi da Power Trio é o assunto nas rodas quadrinhisticas.

“Cara, o que aconteceu? Por que tu pegou tão pesado com os guris?”
“Mano, não faz assim. Pra quê destruir com os caras?”
“Cara, tu ta ficando ruim...vai ficar sem amigos.”

Olha só, quando gosto e escrevo elogiando o que gosto, me chamam de bajulador, mas quando o contrário acontece, onde exponho o meu ponto de vista sobre o que acho ser fraco, aí a opinião é que quero derrubar Napolião do cavalo.

Para quem importar, releiam o texto, leiam o gibi. Sim, a crítica é dura, mas ela é construtiva. É preciso dizer o que é ruim ao que parece ser bom. Power Trio é exemplo disso, mas não significa que em uma continuidade essa revista não pode transmutar em algo melhor. Para isso serve uma opinião crítica.
Acredito que esses caras acreditam no potencial do que fizeram, mas na minha opinião, o que fizeram não tem potencial. O processo da criação da revista não foi o suficientemente desenvolvido, merecia ser melhor idealizado, pensado melhor e construído.
Para eu ser melhor compreendido, vou criar aqui uma personagem: O Ariel.
Ariel é um quadrinhista. Fã de quadrinhos de super-heróis, ele sonhou desde a infância em ser um desenhista dos super-heróis, como os seus ídolos Todd Mc Farlanne e Jim Lee. Para criar quadrinhos, estudou esses “feras” querendo ser o próximo Maestrean.
Ficou horas e horas dos seus dias preso em sua missão(Salvas a vez que foi ao cinema curtir o último filme do Michael Bay, a vez que comprou um cdzinho do Guns and Rose , e as vezes que se masturbou pensando em Britney Spears.).
Até aí, um ordinário adolescente dos anos 90.
Mas quando uma proposta de trabalho na terra de Osama Bin Laden revela Ariel ao mundo, ele consegue um contrato de exclusividade com umas das suas sonhadas editoras...
“Meu Deus, eu consegui!”
Foi visto como um funcional desenhista da grande corporação Super Comics. Desenharia um super-herói inseto chamado Cucaracha Celeste.
Apropriado da tão importante carreira, muitas coisas foram deixadas de lado, entre elas uma relação real com a vida. O que Ariel não sabia era que essa conquista é uma ilusão. Deixou os amigos de lado pelos negócios, às novas relações eram jogos de interesses para abocanhar mais o mercado.
Ariel para trabalhar as suas 18 horas no desenho das páginas não lia a Literatura. “Livros sem figuras só dá sono.”. Ariel também deixou de apreciar outras artes e nunca teve uma visão de mundo sem o verniz dos comics. Experimentar os seus limites só com os games, tevê e MC Donalds. Nem mesmo nos quadrinhos ele parou para questionar se existem outras formas de expressões fora o universo dos super-heróis. O seu universo era entretenimento.
Já em uma fase adulta Ariel achou-se pronto. Seu método de vida mostrou ter lucros financeiros. E para muitos é o que importa. Seus pais nada entendiam dessas histórias de super-heróis e quadrinhos, a pressão e discussão sobre dinheiro sempre foi pesada na adolescência, mas depois de Ariel mostrar que ele se sustentava com isso, os seus pais nunca mais opinaram contra. Talvez tenha isso sido à experiência de conflito real na vida de Ariel. Conquistou um senso de autonomia pelos próprios esforços. Acreditou ser livre. Ter poder sobre o seu destino quando provou da independência dos pais. Então a ambição e sede nos negócios cresceram. Ele sabia que não era o único que praticava quadrinhos, ele podia abrir uma empresa e agenciar outros desenhistas para essas editoras aumentando o seu poder e controle.
Ariel, com a sua empresa de produção e agenciamento de quadrinhos, conquistava mais editoras, mais contratos no nome dele. Mas depois de contratar e conhecer outros desenhistas algo mudou, talvez por influência dos desenhistas associados. Esses desenhistas tinham outras idéias para as suas carreiras, queriam ser famosos como Frank Miller. Um dia quem sabe ter os seus quadrinhos adaptados nos cinemas. Por outro lado era um sonho distante, já que eram desenhistas brasileiros que trabalham para o mercado norte-americano.
Então a mídia divulga que um outro grupo de quadrinhista brasileiros conquista os maiores prêmios dos quadrinhos norte-americanos. Conquista dada com uma publicação autoral tida como independente, por não ser editada por uma editora. Onde os autores não só desenharam como escreveram as suas próprias histórias e auto se editaram. Algo que Ariel e seus comparsas ainda não fizeram.
Ariel e seu grupo de desenhistas avaliam que as suas chances de mais atenção podem vir do mesmo caminho. Idealizam uma revista com o intuito de terem sucesso e fama.

Publicam a revista, mas não obtém o sucesso, só fama.
Fama: Conteúdo da publicação só expressa o quanto o grupo é centrado em suas experiências nas atividades de leitura e produção de “comics”. Eles entendem de ação, lutas, caretas malvadas e conflitos extremistas entre o bem e o mal.
Falta de sucesso: Onde era necessário mostrar uma visão e experiência de vida, foi narrado o maior clichê dos pactos com o diabo. Onde era preciso ter um desenvolvimento das personagens e conflitos, mostravam uma alegoria de fatos e uma catarse do que assistiram em filmes como Pulp Fiction e Snatch (Experiências cinematográficas copiadas ao extremo nas indústrias do cinema e quadrinhos). Onde era para ter diálogos, encontramos frases duras e sem as personalidades das personagens e cacoetes dos próprios autores.
Fracassam.

Eu não quis dizer que não terão fama, iate e mulheres. Esses mesmos sonhos dos traficantes, essa farsa de poder e o resto que se foda é uma grande possibilidade de utopia para eles.
Por um tempo fugaz o trio do poder vai ter a “galera” dizendo:
“Tá show! Esses caras desenham muito!”

Enfim, se um autor não lê, não vê, não experimenta fora do seu meio de trabalho. Não se conecta com a vida. Ele será oco e nunca vai ter o que dizer, nunca vai ter um subtexto. Não vai levar o leitor a experimentar algo novo, perceptível e humano para ele se identificar e questionar. Talvez essa seja a palavra chave: questionar. Quem não questiona, não quer aprender, não quer questionar e não quer que questionem. Depois de ler Power Trio o que você questiona? Esse produto de mercado finge ser independente, sem os próprios terem consciência disso. Produto de mercado sim. Comparável a embalagem de sabão em pó.
Vai ser mais um ópio para as massas. “A Matrix, Mat.”. Onde tudo está prontinho e mastigado, uma papinha de nenê.
Talvez o trio leia essa minha crítica e me amaldiçoe. Tente me exorcizar da internet e a Google. Mas uma coisa é certa: Quando estão sozinhos, na frente dos espelhos, ou no escuro, o que leram aqui troveja. Um relâmpago de lucidez e consciência emerge em um flash. Um mínimo “ talvez” estremece os seus egos como uma bomba nuclear.
Aproveitem. Ninguém vai escrever um texto como eu fiz hoje, desperdiçar o seu tempo de vida para escrever uma crítica honesta e profunda sobre os seus trabalhos. A idéia é desconstruir o que é ruim para ter esperança que isso atinja alguém e elucida algum guri novo e genial lá no fim da fila, um sonhador que vai fazer quadrinhos como forma de arte em um breve futuro. Tu aí na fila! Há outros caminhos e meios de se fazer quadrinhos. Não perca tempo como a grande maioria faz querendo fama e muita grana fácil. Equilibra o teu sonho com a vida. E se quer contar uma história em quadrinhos com sucesso busca essa história ao teu redor, em ti. Investigue. Ponha profundidade em teus textos. Seja original. Seja tu mesmo! Leve o tempo necessário, mesmo que isso se desenvolva em décadas. Saibas que não vai sair de uma vez, não vai estar e nascer pronto. É uma jornada de sofrimento e dor criar. Mas amor não é fácil.
Precisamos ver e ler algo melhor produzido, menos banal e mais humano. Algo que expurgue esse ser raso que nos consome e nos faz tão inútil e medíocre. Que só nos anula e não nos faz enxergar o que vale realmente. Não te entregues ao monstro!
Nenhum camarada tá aí para dar as verdadeiras barbadas, só oferecem tapinhas nas costas e rock and roll, véio!
Quem sabe entendam agora por que escrevo essa crítica e despertem dessa ignorância, parcerias.
Vamos ver o que acontece...
“ Cara, que importa isso? É só um textinho em um blog que ninguém lê.”
“ Não, hermano. É uma opinião bem formada de quem sabe das coisas.”

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Power Trio...Quadrinhos independente?

Desenho: Edu Medeiros


Eu li a revistinha em quadrinhos Power Trio. A edição sustenta três histórias curtas interligadas sobre nerds fã de rock. O que eu achei? 2/3 fraca, sem sal, mal escrita, com furos primários de roteiro, seguidora de tendências, mercadológica e enganadora.
Eu queria entender por que essa gente se diz independente. Independe do quê, ou de quem? Se não fosse essa iniciativa premiada, falo da revista 5, de Moom, Bá e Grampá, certamente não rolaria essa patética auto-afirmação do Paraguay. Será que as cabecinhas pensam: eu não sou só um escravo dos super-heróis! Sim, não são só escravos dos super-heróis. Mas algo bem pior, são ratos de laboratórios. Já não pensam e não sabem se expressar sem seguir as métricas impostas das quadrilhas DC, Image e Marvel. O que li na primeira história foi um amarrado de clichês. A terceira é uma colagem de plágios que vão de Katsuhiro Otomo, P.Pope e Grampá. Tá na hora do Mateus Santolouco, desenhista da terceira história, crescer; parar de ser infantil e inseguro; de não desenhar igual fulano e sicrano; e se assumir como Mateus Figueró que é um puta desenhista-um dos melhores que conheço dessa geração.

Por mais que pareçam sedutores os desenhos dessa galera, tentem ver atrás da cortina de veludo. Essa mulher que tu diz, gostosa e maravilhosa, amigo. Não é mulher...

Mas há ressalvas nesse Titanic de papel, esse barco furado tem um marinheiro bom de braço, traço e texto: Edu Medeiros. Esse tem estilo bem definido, mais umas lapidadas e o cara será o cara. A sua história “I Wanna Rock’ n ‘Roll all Nite” é a segunda história, é bem honesta, divertida e humana. Essa vale a pena. Não deixem de comprar, provar e comprovar o que digo aqui.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Divulgando o Inferno! Grampá desenha o Constantine

Senhores, acabo de ver em primeira mão. Uma página de um novo projeto do Grampá. Estamos aqui os dois no msn batendo papo. Há pouco ele me perguntou: Mano, quer dar uma olhada no Constantine?
" Eu adoraria."
Senhores...
É duca!!! Tá muito Bom, muito foda! É muito quadrinho!
Acho que o grande mérito do Grampá vai ser: Em alguns anos no futuro, ele vai ter causado uma ruptura no mercado industrial dos quadrinhos. O que ele tá fazendo é quadrinhos autoral ( Esqueçam o termo quadrinho independente, que não quer dizer nada, a não ser afetação de ego de quem nem sabe o que significa independente, pois eu pergunto independente do quê? De editor, papai, mamãe? O que importa é ser autoral. O que realmente importa é atitude e isso é reconhecido nos traços e personalidade do Grampá.)
Bom, os mais utópicos podem discursar sobre ter uma grande indústria, editora, redes de tevê, agências de publicidade, produtoras de animação e o caralho A4 atrás do Grampá. Mas a verdade é que o cara desenha e faz o que quer. É uma ruptura dessas estruturas, formatos e empresas. Será que ninguém se pergunta por que ele fica saltitando de um lugar para outro e rasga com a navalha o próprio destino?
Sendo assim, não seria o Grampá o cara certo para desenhar esse outro anarquista das industrias dos quadrinhos?
Eu falo de John Constantine. Eu falo do Rafael Grampá.
É comum no cinema um ator emprestar, ou alugar seu físico e voz para compor uma personagem. Nos quadrinhos é difícil isso acontecer, geralmente o desenhista é Deus e cria no grafismo aquele universo, mas o que vi ali foi um outro exemplo, por isso vou dizer que é uma nova visão de como se faz quadrinhos. Grampá é a alma daquela história. Não é atoa que o o roteiro foi escrito exclusivamente para ele por Azzarello. O roteirista não pensou em escrever uma hq para Constantine, mas para Grampá. Deu mais que certo. Eu acompanho as hqs do Constantine desde o Monstro do Pântano de Alan Moore e, três vezes, em vinte anos de Constantine, eu fiquei espantado com a abordagem gráfica. Agora foi uma dessas vezes. Não vou descrever nada de como é o desenho e tal. Vou deixar para vocês imaginarem. Mas sabem aquele terror típico brasileiro? Bom, tá lá multiplicado por mil.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Estantes e seus segredos.

Esses dias eu comecei a futricar nas estantes onde repousam os meus livros e quadrinhos em meu estúdio. Fiquei um pouco espantado com muitas coisas que eu nem sabia que eu ainda tinha. Eu sempre fui mais atrás de autores e nunca me estimulei por títulos ou personagens, fora raros personagens como o Corto Maltese, Lobo Solitário, Mort Cinder, Ken Parker, Allack Sinner e o Eternauta.
Ok...vamos por o Batman na lista. Também não podemos deixar o Vagabond de lado.
Tem muita coisa independente e autoral. Uma das melhores coisas que tenho nas estantes são os quadrinhos Rubber Blanket, do David Mazzuchelli.
Lembro quando eu ganhei essas três edições do Mazzuchelli, foi em um jantar no Rio, em 1993. Conversamos muito sobre quadrinhos. Acho que o que derivou dessa conversa influenciou muito o meu jeito de fazer e encarar quadrinhos. Um dia vou escrever detalhadamente sobre esse jantar e o papo com o Mazzuchelli.
Outra coisa que chamou a atenção dos meus olhos foi três álbuns que eu tenho do Mattotti. Taí um cara que eu nunca vou renegar tamnha influência. Sem falar em Sampayo e Muñoz, com os seus claros e escuros da alma negra humana.
Mas tem muita porcaria também. Tem muitos comics otários. Vou reunir tudo e por em uma sacola e levar para um sebo, ver se eu troco por alguma coisa honesta...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fight!

Hermanos, esses dias eu recebi esse e-mail do Pax:

Carlos,

acho que estou ficando maluco...não consigo criar nada ! Minha mente se recusa a agir! Preciso quebrar esse ciclo ou vou acabar me jogando do edifício.Tô precisando desesperadamente contar uma história humana, sem monstros, pra poder "destravar".Tenho pensado nisso dia e noite nas últimas semanas.Quero criar um drama , no estilo "Stand by me", mas contada por um mestre do terror ,se é que tu me entendes.Eu preciso...e repito: PRECISO! desenhar uma história sobre BOXE , RINHAS DE GALO e PACTO COM O DIABO nos anos 40.Tem que ser violento e doloroso pra quem lê, mas ao mesmo tempo emocionante e aventuresco...do tipo " É foda...mas eu queria estar lá!"Uma história passada nos anos 40 , no interior de Nova Orleans, regada a suor, sangue e bourbon... com NEGRÕES como personagens principais.Uma história suja e sem glamour, mas que transpire energia e vontade de lutar.Uma história pra fazer macho chorar e bonecas juntarem as perninhas.Um misto de Alberto Breccia e Norman Rockwell com o olhar e a fumaça de cigarro do Torpedo.Claro que não consigo deixar de pensar em "Coração Satânico"..., mas eu queria tanta coisa nessa história , que só tu entenderia e saberia contar...Àlbum de 60 páginas pra fazer em um mês! Entendeu?Preciso criar alguma coisa com emoção pura pra poder tocar os outros projetos.Quero desenhar essa história no "estilo Carlos Ferreira"! Preciso sentir o cheiro rançoso dessa história quando a gente terminar.Topas? Depois esfregamos na cara das bichonas que acham que fazem quadrinhos...Acho que tu também tá precisando contar uma história com socos na cara pra poder respirar.Vou desenhar com as luvas de boxe!Tou te mandando os rabiscos...Me liga amanhã,OK?Abraço.

Walter ( bêbado e desesperado)


Então, respondi:

Cara, emocionante esse e-mail. Vamos nessa, mas se não terminar essa hq eu te dou uma surra!!!!

Abraço.


Queridos, agora vejam uma mostra do que resultou dessa clássica parceria:






Tá ficando divertido!

Mestre dos Magos!



Desenho de Alex Noriega

sábado, 27 de setembro de 2008

A Piada Mortal- Alan Moore, Brian Bolland and John Higgins



Recentemente em uma mesa de bar alguns amigos e eu conversamos sobre o último filme do Batman. Falamos sobre o que gostamos do filme, falamos principalmente sobre o Coringa, sobre o filme não mostrar a sua origem, mas sugerir múltiplas e incertas origens. Falamos do próprio Coringa mentir ou delirar sobre como ele veio a ser um agente do caos.
Eu disse que grande parte disso é de responsabilidade dos criadores da graphic novel a Piada Mortal, esse tempero foi criado lá, mas logo fui contestado.
O mais purista e conservador dos meus amigos disse que isso seria impossível, disse que não. Que o que existe na Piada Mortal é a origem exata, já que uma única (progressiva) origem foi mostrada lá nos flash-backs.
Acho que seria interessante de relerem essa novela gráfica, meus amigos. Não digo que não é real o flash-back. O passado ali pode ser real, mas também pode ser um delírio, já que concluído o flash-back encontramos esses diálogos do próprio personagem definindo o seu passado (leia os quadrinhos acima).
Há uma ponta aberta e pelo que eu assiti no filme essa ponta foi bem interpretada e aproveitada pelos roteiristas do filme. Nas diversas entrevistas confirmaram que a Piada Mortal foi uma das suas principais influências para o desenvolvimento do texto do filme.
Vamos expandir um pouco mais as nossas mentes e quebrar algumas regras. Isso é saudável as vezes. Vamos por um pouco de caos por aí. Se certas regras não forem quebradas as vezes não saímos do mesmo lugar. Isso é saudável para o processo de criação. Acho que arte tem muita a ver com recriar a realidade e recriar a arte de recriar a realidade. Quem acompanha os quadrinhos do Alan Moore sabe que diversas regras conservadoras foram quebradas e recriadas na narrativa dos quadrinhos, e outros artistas fizeram o mesmo em diversas artes.
Eu acho que não foi do interesse de Alan Moore criar um passado definitivo para o Coringa, mas foi seu objetivo criar a sua visão de um passado para o Coringa. E o recado foi deixado lá e aproveitado pelos irmãos Nolan.
Enfim... espero que a minha opinião aqui possa ser de utilidade. Se não, qual seria o sentido dos diálogos acima? Qual é a sua origem para o Joker?
Cada charla que rola nos botecos e bocas dos bebuns...

sábado, 6 de setembro de 2008

Machado de Assis

Tá aí um cara que eu preciso ler. Ainda sou leigo, não leitor.
Mas vou ler...

primeira jam session quadrinhos, não comics, não mangá- se é que me entende...


" Nós viajamos muito." sim, quem faz o verdadeiro quadrinhos não parece qualquer outro quadrinhos já feito. Faz o seu. Tanto que acabo de ouvir:
"Qualquer um pode imitar o filhinhos bastardos de Jim Lee, mas nínguém pode imitar o meu estilo."

Outra pérola:
Um grupo de quadrinhista "mainstream" brasileiros viaja para o Festival de Quadrinhos na Holanda onde partiparam da Terceira Perform Color Handhy Warhol, um dos artistas é Gayffaguel Abundaquerquer, onde lançará o seu primeiro álbum autoral Cucaracha Celeste.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A Fúria de Jerry- conto inacabado Carlos Ferreira

Jerry foi morto por Superman. Não foi a primeira vez que a criatura matou o seu criador.
" A serpente sempre morde a própria cauda."
A verdade é: não foi bem Superman que matou Jerry, mas a indústria dos quadrinhos. Jerry sonhou desde a infância ser um quadrinhista, só que o trágico destino o tornou um carteiro de coração fraco. Muita tristeza e ódio batiam em seu peito. Ele foi enganado pelos mais espertos.

domingo, 24 de agosto de 2008

Superman do Zero


Desenho de BroHawk


A notícia aí abaixo foi publicada no sábado no site www.omelete.com.br:

Warner decide que próximo filme de Superman recomeçará série do zero
E tom pesado de Batman será empregado em todos os outros filmes de heróis da DC
22/08/2008Marcelo Hessel

Esta é mesmo uma semana importante para os filmes da Warner Bros com os super-heróis da DC Comics. Depois de se reunirem para definir o que fazer com as adaptações, as duas partes começam a chegar a conclusões. Domingo passado Alan Horn, o presidente do estúdio, declarou que está mudando a estratégia - e agora, em entrevista ao The Wall Street Journal, o presidente de produção Jeff Robinov detalha esses planos.

"Superman - O Retorno não funcionou como filme da forma que nós esperávamos. Não posicionou o personagem como precisávamos. Se tivesse funcionado em 2006, teríamos no Natal deste ano ou de 2009 outro filme do Superman. Agora o plano é reintroduzir o personagem sem qualquer menção a filmes anteriores", disse Robinov.

Segundo o jornal, os projetos devem focar aventuras solo, e não grupos, e ser tão sombrias quando Batman - O Cavaleiro das Trevas. É isso mesmo: o estúdio está tão empolgado com a dinheirama de TDK que quer empregar o modelo filme-de-super-herói-adulto em todos os outros. "Nós vamos tentar seguir essa linha dark no limite que cada personagem comporta", explica Robinov.

O jornal diz que, criativamente, para Robinov, isso significa explorar o lado malvado dos heróis - e isso vale para o Homem de Aço também. Anúncios pontuais serão feitos em setembro. A intenção é ter pelo menos mais quatro filmes de heróis até 2011: o terceiro Batman, a renovação de Superman e mais dois. Atualmente estão sendo estudados os filmes de Lanterna Verde, Flash, Arqueiro Verde e Mulher-Maravilha.

Nos moldes da Marvel, a Liga da Justiça vai ficar para depois, quando todos esses heróis forem devidamente apresentados ao grande público.


Minha opinião:
Bom, pensei uma coisa...não seria o mais lógico recomeçar a carreira do Superman dentro do universo do Batman do Nolan, já que ele está recontando o Batman do Miller? The Dark Knight, tem tantos detalhes do The Dark Knights Returns...e o melhor Superman já visto não tá na série TDK em quadrinhos? Imaginemos essa guinada na careira cinematográfica do Batman, sempre imaginamos qual será o próximo vilão da cine série do Batman, mas e se não for um vilão? E se for Superman, o escoteiro do governo norte-americano caçando o Batman? Será que também não é hora de temperar mais elementos de ficção no Batman, eles já existem. Por mais que o filme parece realista ele não é. Há elementos fantásticos. E Superman pode funcionar lá.
A idéia de Superman realista é aproveitada na série em quadrinhos Hipéryon e Miracleman. Superman podia ser isso, não? Esse poderia ser um recomeço.
Ourta coisa, se é para ser sério e de alguma forma parecer realista, tá na hora do Superman parar de perseguir ladrões, arquiinimigos alinenígenas alá Star Wars e Star Trek. Ser um filme com eco de 2001. Stanley Kubrick, já que ele é um alien, tem que ter uma aurea de mistério metafísico. O que seria um alien com esses poderes dos superman na nossa realidade? Não seria um Deus aos olhos de muita gente?
Outra personagem que pode ser melhor aproveitada e reformulada seria o Braniac? Essa podia ser uma presença bem marcante em um filme solo do Superman. Superman é ficção científica e isso nunca foi muito bem explorado tanto nos quadrinhos como nos filmes. Essa abordagem de super-herói é que precisa ser distânciada nos filmes que são adaptações dos quadrinhos, isso tem que acontecer até com os próprios quadrinhos de super-hero.
Eu sinto ecos disso em The Dark Kinght Returns do Miller e Dark Knight do Nolan.
Acho que o caminho é por aí.

sábado, 23 de agosto de 2008

Texto sobre escrever quadrinhos extraído do www.gibiblog.blogger.com.br

Como escrever um bom roteiro pra quadrinhos

E eu sei lá? Ops! Foi mal.... Esquece o que eu disse aí no começo, se assumir que não sei o caminho das pedras não poderia estar escrevendo um artigo que se pretenda resposta a tal pergunta. Então, me dá uma chance, vamos tentar...
Mesmo não tendo uma resposta definitiva, matadora mesmo, para essa pergunta, estou seguro de que ser leitor de muitos e bons roteiros, de boas histórias, é um primeiro passo bem dado na direção certa para se escrever bons roteiros. Eu acompanho com imenso prazer o trabalho de uma infinidade de bons, de grandes roteiristas. Falo de gente como Berardi, Eisner, Laerte, Angeli, Abuli, Oesterheld, Pratt, entre centenas de outros. A temática, a origem, a "voz" de cada um, o seu tempo, tudo isso pode diferenciá-los, mas algo os aproxima: acredito que eles saibam mesmo do que estão falando. Talvez essa seja a mágica, ou parte dela: tornar a coisa crível. E claro, o tesão, o querer contar algo. Mais: ter o que contar!! Todos os autores que mencionei têm o que contar. Nem todo mundo que escreve tem! Ou parece ter um contato muito superficial com o assunto proposto por ele mesmo. Acho que parte do problema do roteiro que não funciona bem reside no fato de seu autor ficar na superfície das coisas, dos lugares e das pessoas de quem está nos falando. A gente fala melhor do que conhece, do que experimenta. Eu não o conheço pessoalmente, mas acho que o Angeli poderia dizer, a maneira de Flaubert, que "a Rebordosa sou eu". Ou então poderia dizer que transou com ela. Se disser, eu acredito nele.
Acho que quanto mais descolado o assunto abordado por um autor é de sua realidade menos chance de se sair bem ele terá. Essa realidade é, certamente, a cotidiana, mas não só: também pode ser a de suas eleições afetivas, aí entram os livros, as músicas, os filmes, as revistas que esse autor lê. O mundo desse autor, enfim. Tudo o que ele apreende se constitui parte de sua realidade.
E quanto maior for o mundo habitado por esse autor, quanto mais permeável, aberto e sensível ele for, maior suas possibilidades de emprestar um sentido de verdade para suas narrativas. O mundo do personagem de um autor tem, quase sempre, o tamanho do mundo desse autor. Se o mundo do personagem é pequeno, sem relevo, é provável que o mundo do autor esteja precisando de uma ampliada, de uma reforma. Isso não tem nada a ver com o espectro do autor ou do seu personagem no mundo, com o peso da influência de um ou a grandiosidade dos atos do outro. Um bom autor não precisa que seu personagem salve o mundo pra produzir uma grande narrativa, ele se sai bem falando sobre nada até, vide Harvey Pekar. O tamanho do mundo proposto aqui não tem nada a ver com a extensão dos acontecimentos narrados num roteiro. Muito pelo contrário. Tem mais a ver com uma certa idéia de realidade cara ao autor, algo que se impõe no texto como assunto recorrente, uma espécie de subtema, mesmo que ele não se proponha a colocá-la ali, mesmo que esteja narrando uma aventura espacial ou uma saga bucaneira. Se ele não fugir muito dela, deixar sua história permeável a esse assunto recorrente, seu roteiro terá mais chances de dar certo, de se agüentar de pé.
Eu tenho um assunto recorrente, do qual não consigo me descolar, embora tenha uma certa dificuldade em elaborar isso muito claramente. Sei que é meu assunto é recorrente porque eles estão sempre lá: homens e mulheres que precisam se virar porque não há ninguém pra cuidar deles, não há um Estado mediando os conflitos em que eles se metem, defendendo seus direitos. Não há nem Deus, nem Paraíso, nem recompensas pós-vida por bom comportamento. Meus personagens podem ser uns mais éticos que os outros, uns podem se acanalhar mais, outros podem desafiar o mundo hostil em que vivem, mas estão sempre se virando como podem, sozinhos. Esse é, quase sempre, meu assunto. Seja numa história que se passe no Rio de Janeiro, no interior de Mato Grosso, em Cuba ou nos Estados Unidos da Grande Depressão. Isso não é uma coisa pensada, acontece assim porque, acho eu, vivo num país onde a desigualdade social é muito grande e o estado esteja ausente da vida de uma grande parcela da população. Isso não explica tudo, mas é parte da explicação. Mesmo quando ambiento minha trama em outro país eu não me descolo do meu universo. Não por acaso, a trama de Big Bill está morto, meu gibi com trama ambientada nos Estados Unidos, se passa durante a Grande Depressão. Acho que com algumas mudanças aqui e ali essa história poderia se passar, sei lá, num Brasil que eu conheço, em meio a um desses bolsões de pobreza e ignorância que somos bons em perpetuar. E aí, só pra abrir um parêntese, acredito que a realidade cotidiana acaba por ditar, ao menos em parte, a escolha da realidade afetiva e, por tabela, ditar o assunto de um escritor. Se de um lado parte da escolha por contar a história do Big Bill, um negro sensualista e provocador, tem a ver com minha própria negritude (nem tão sensualista e nem tão provocadora) e por eu saber o que isso significa, também é verdade que a leitura de autores geniais como John Steinbeck ou o injustamente descatalogado no Brasil Erskine Caldwell, para citar alguns, têm seu peso. Mas, por outro lado, quem disse que o fato de um escritor ter um papel maior ou menor na vida de um leitor não tenha uma explicação que transcenda seu talento, sua genialidade? A eleição de um autor ou de um livro como algo central na vida de alguém é ditada, em parte, pelo fato de o leitor ser quem ele é e viver uma determinada realidade cotidiana. Você pode pegar dois gênios, vamos pensar em Nelson Rodrigues e em Lígia Fagundes Teles, e se perguntar porque um tem um espaço maior do que o outro na sua vida. Alguma coisa além do talento deles pesou na eleição de um e não de outro. Bem... Talvez seja melhor esquecermos essa divagação capenga e indefensável pra voltarmos ao "como escrever um bom roteiro para quadrinhos".
E agora, só agora?, vou ser sincero com você: não faço a mais remota idéia de como fazê-lo, não conheço o segredo. Evidente que, para além de tudo o que eu disse acima (e devo ter dito um montão de bobagem), tem que estar a preocupação com o aspecto formal do texto, com sua estrutura, mas sobre isso eu não tenho nada a dizer, ao menos não posso falar com a segurança de quem sabe mesmo do que está falando. Sei que se o roteiro tiver começo, meio e fim ajuda um bocado. Acredito que a gramática do roteiro a gente vai aprendendo enquanto vai escrevendo, é como andar de bicicleta. Com o tempo você vai sentindo o tempo da narrativa como um todo e da cena em particular, vai descobrindo como cada cena é importante e em que medida ela ajuda a desenvolver personagens e a contar parte da história. Vai aprendendo os truques, mesmo que inconscientemente, mesmo sem querer. Não creio que o segredo esteja na estrutura - embora também esteja. Para ser franco suspeito, de verdade, que o segredo do bom roteiro resida fora dele, na vida. E que se a gente trouxer um pouco dela pra dentro do texto a coisa tende a funcionar que é uma beleza.

Wander Antunes

Contista e roteirista de quadrinhos. Autor dos roteiros de As aventuras de Zózimo Barbosa, Crônicas da província e Big Bill está morto, entre outros.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

2008 um ano impar para os quadrinhos

Acabo de receber um e-mail dizendo:
Seu puxa-saco, Grampá é bosta! Batman é direitista!
São todos um bando de enlatados. Grampá pode até desenhar, mas é modista, segue tendência de estilo modernóide, mas falha como ser humano, fodão egocentrico. Estrelão de merda!
E tu é um puxa-saco baba ovo! Deve ser putão! É Como o Batman comedor de criancinha, pedófilo amante do Robin.
Só tem lixo aqui, no início do blog eu simpatizava contigo, daí vi que tu é um aproveitador das tendências!

Cadê os quadrinhos de coração, seu viado?
Pau mole!


Bah! O que dizer? Tem gente louca nesse mundo.

The Dark Knight- Batman



Quando eu terminei de assistir The Dark Knight virei para os meus comparsas Rodrigo Rosa e Drégus de Oliveira e disse:
Caralho! Finalmente eu vi um filme do Batman!
( O quê? Carlos Ferreira admitindo que gosta de super-heróis?).
Não, amigos. Eu leio quase tudo que cai nas minhas mãos de quadrinhos. Leio quadrinhos de super-heróis, mas não gosto desses. Por mais que sejam bacanas parte desses roteiros e personagens, olha que a coisa evoluiu de uns anos para cá (Os Supremos é um puta exemplo de boa qualidade de texto e desenhos), acontece que ainda os supers são caretas.
Tá e o Batman? Batman é uma Zebra dessa industria. E nem é super herói. Ele é um louco. Assim como eu!

The Dark Knight é um monstro de filme. Filme que eu esperava ver quando foi anunciado que Tim Burton iria dirigir Batman. Eu tinha 18 anos na época e tinha recém lido Batman, O Cavaleiro das Trevas; Batman, Ano Um; A Piada Mortal; e o Asilo Arkham. Quem leu essas obras primas não precisa ler mais nada do Batman. E do parafernálico Tim Burton, aos mamilos do Joel Schumacher foi só decepção. Com a promessa do Begins veio mais um erraram outra vez, mas o erro é menor, mas com o Dark Knight...

Acontece que The Dark Knight pode ser posto no time imbatível dessas obras clássicas dos quadrinhos do Batman.
Nolan corrigiu os defeitos de Begins, mandou o Goyer pastar e deixou o seu irmão escrever o roteiro do filme. É claro que vemos nos créditos o nome do Goyer como argumentista, mas comparado com o Begins, é um outro filme. Saiu o cacoetes como "Para se levantar é preciso cair" e entrou as pérolas " sou como um cachorro que corre atrás dos carros e quando consegue o seu objetivo não sabe o que fazer". Não sei se são bem esses os diálogos, mas a essência é essa.

Segunda maior bilheteria da história do cinema é uma adaptação dos quadrinhos, e é cinema na veia! O filme é sério, com boas doses de humor.Não é filme para criança, mas leve o seu filhinho para o cinema. Tenho certeza que ele vai curtir e quando crescer vai lembrar para sempre. Não é apenas um filme é um evento.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Grampá

Grampá... Grampá... Grampá...
Queridos, é isso o que eu escuto agora em todas as esquinas de Porto Alegre. Olha que não é exagero meu, é fato. O cara, virou um mito.
Grampá...Grampá..Grampá...
Esse dias o carteiro me perguntou:
"Mas que ráio que parta é esse Grampá?"
Semana passada o mesmo interrogatório foi feito na Fronteiras do Pensamento ( evento cabeça que acontece aqui em Porto Alegre). Gostei da resposta que o David Lynch deu:
- Grampá is meditation!

Caso usted não saiba quem é o Grampá, saiba que o sujeito é a resposta de como pode ser bacana acreditar nos seus próprios projetos de quadrinhos. O cara tá fazendo um diferencial, tá servindo como referência para muita gente. É material bruto de inveja para donos de muitos estudiozinhos que queriam e achavam ser os popstar.
Realmente o cara tá foda! Vai lançar um album em breve com um traço duca, mas ainda não sei do texto. É preciso ler... tá na moda agora falar do Grampá, até eu tô aqui falando do cara...mas não é do cara que quero falar aqui, mas sobre o mito. Ou do mito de falar do mito. Do blá, blá, blá que eu ouço em todas as esquinas e bares em Porto Alegre. O sujeito saiu de Pelotas, da capital das bichas, e virou dono do mundo!
" Rock and Roll! Ganhou o oscar dos quadrinhos, o Eisner!"
Afú!
E as respostas que o Grampá dá para todo esse show são polêmicas. Como eu disse, é Rock and Roll! Qual é o segredo? "O segredo é segredo..."
Grampá para senador!
Tchau, Senador Medina. É a vez do Grampá! É o que estão todos dizendo nas esquinas de Porto Alegre.
E o que o Grampá fala disso tudo?

Grampá, não fala. Desenha! Enquanto você fala e eu escrevo. Grampá desenha pra caralho!!!
Então, camaradas. Vamos parar de falar e escrever...vamos mostrar ao Grampá o quanto vale esse exemplo. Faça! Dê a cara para bater! Tenha estilo! Seja um autor!
A resposta para essa inércia que você tanto reclama é fazendo as ganha. Não espere o Eisner, não espere ser sucesso. Ou desenhar as cuecas do super-homem ou do Batman! Complete a produção da sua hq. Compartilhe com o mundo. Dê a cara para bater.
Seja o próximo mito!

terça-feira, 15 de julho de 2008

Contagem regressiva

Já faz meses que eu não passo por aqui e desabafo um pouco, ou expresso no verbo o meu cálido bafo de dragão.
A verdade é:
Eu ando um pouco no silêncio, os meus inimigos acham que eu desisti deles. Isso não é verdade. Ao contrário, eles dão luz e sentido aos meus objetivos.
Estou à espreita, esperando a caça me olhar nos olhos e sentir o seu fim. Por mais que a tradição humana diga que nunca sabemos o momento final, eu sou da opinião contrária.
A verdade é:
Eu sou contrário a tudo. Anarquista. Apolitíco. Ateu.
Estou cada vez sou mais convencido disso.
O tempo vai encurtando e eu me mantenho calmo. Não me entrego.
Estou à espreita. Esperando ver o que vai acontecer.
Contagem regressiva.
Já sinto o cheiro do inimigo. Fede a medo.
Estou quase lá. Vou saborear, vai escorrer sangue e carne fresca nas minhas presas.
Este é o poder:
Devore os seus inimigos vivos!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Liga da Justiça

Uma onda enorme e pesada vai atingir o mercado editorial dos Comics. A era super-heróis começou com o super-homem. E o fim pode vir com ele também. Desgastou a fórmula da picaretagem no meio editorial das megas empresas dos super-heróis. Um processo judicial se mostrou ser revolucionário. Contra a DC e a Warner foi movida uma ação na justiça norte-americana sobre os direitos autorais da criação do Superman. A família Siegel, um dos criadores do Superman, foi beneficiada com os direitos autorias depois de um luta de décadas. A DC vai perdendo o poder sobre essa personagem e vai ter que pagar uma quantidade enorme de dinheiro pelo mau uso que fez.
Vejo isso como uma revolução. A verdadeira crise nas infinitas terras. A roubada e arrombada galinha de ovos de Kripton vai voltando para o verdadeiro berço. E nesse cósmico universo são tantas personagens usadas com essa mesma fórmula dos falcatruas.Não vai ser uma mudança extrema, desconfio até uma negociação futura com a família, mas como eu disse: São tantos personagens... Uma fauna de super seres e universos poderosos de autorias de diversos artistas que fizeram à história nerd dos comics. E se cada um autor seguir o mesmo rumo? E se a família de Bill Finger entrar com um processo na justiça pedindo os seus direitos sobre a co-criação do Batman?