segunda-feira, 26 de abril de 2010

Parada Desenhos de KG Ferreira



Bom, tenho um sobrinho que vai fazer 20 anos no próximo dia 2 de junho. Ele é um cara legal, meio acanhado, meio estranho, bicho do mato, mas um cara legal. Quando ele tinha 2 anos implorou para ver o Drácula do Coppolla. Assistiu apesar dos preconceitos dos meus pais.
O guri desde aquele momento não parou mais de querer desenhar. Isso faz exato 18 anos e eu tinha uns 22 anos ou 21 anos na época. Eu perdido dando os meus primeiros escorregões buscando um lugar no mundo. Buscando ser artista e o batalhão zumbi da sagrada famíglia argumentando para eu ir a busca de um emprego seguro em um banco, ou cursar uma falcudade ou um concurso público. Para quem sabe, depois da aposentadoria fazer o meu hobbie de desenhista.

Bom, mandei todos a merda e segui o curso da minha atrapalhada tragicômica odisseia de gaúcho, brasileiro e latino-americano quadrinhista. Agora, vou meio que me tornando um arauto, um velho monge, um louco para os meus familiares. Mas sigo os meus sonhos na tormenta da vida e vou colhendo os reais frutos de viver o que realmente vale nesse labirinto de mentiras: Vale fazer o seu próprio destino, cavar o seu real¨eu¨ das entranhas.

O kid Gabriel precisa se encontrar, mas o bom é saber que o talento dele já o encontrou. Vida longa!

Um comentário:

gibiliga disse...

Cobertas de razão, ou melhor, de emoção, as linhas da Lê Cao Ponso que me desculpe cópia: "Cara, amei ver o desenho do Gabriel no teu blog... que orgulho saber que a gente influencia os que vêm. Com certeza tem teus traços ali, incentivando, abrindo, inspirando, mostrando... o desenho parece filho do teu desenho. Demais! E a reflexão sobre trajetórias-de-vida-apesar-do-batalhão-zumbi-da-sagrada-família não poderia ser melhor... me identifiquei total... saudade grande, nêgo ufo!" Pulei para ver, e que surpresa, mochilão urbano na veia, cenário de fato lembrando uma clássica "rotina na terra das risadas", mas povoado de estilo mesmo, e um orgulho que parece diverso daquele já inspirador (mais que curioso ou interessante, ao menos) de se fazer o que se faz (me refiro a outro comentário de Fbk, sobre foto do Rodrigo Rosa desenhando Alan Kardec, da alegria de ver a (nova) parceria com ele florecendo...).

Sobre o terror de se arrastar por um caminho acadêmico ou concurseiro, bancário (ou o que um tio descolasse, na época), nem deveria comentar, não duvido que os refúgios e as corridas tenham rendido muitos rolos incríveis, e nem poderia, e que reflitam muitas tramas esse arquiteto das trevas/monge/etc., curtindo cada vez mais a(s) via(s) gráfica(s) da expressão... que a força ilumine as trevas dos caminhos!