sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Hq8, o retorno.

Começa um dos momentos mais absurdos da minha vida. E olha que tenho momentos absurdos na minha tragetória, mas nada comparado a esse. Onde teorias conspiratórias das mais absurdas surgem. Exemplo? Que com os meus post (que abro uma possibilidade de metalinguagem) eu queria acabar com o blog. Será? Postei doze vezes para acabar com o blog? Outro comentário é que apartir daí o blog parece ser meu e não deles. Hã? Mas cada autor não dá a sua visão quando posta?

E outras esquisitices seguem...passados três semanas depois dos meu posts e nada. Surgem dois posts novos, onde um dos autores declara desistência e outro retorna com os quadrinhos. Mas as conspirações de dar inveja a Mulder e Scully continuam. Novos problemas surgem, desentedimentos e fim de amizades.

Ainda é cedo chegar há uma conclusão, mas acho que o problema foi que parte dos desenhistas eram desenhistas de um estúdio e o dono do estúdio, na minha visão, repensou e não gostou da proposta de sermos mais autorais, criar mais desafios e sermos identidades diferentes, ao invés de uma massa contínua de clichês e aventuras. Olha, eu gosto de quadrinhos de todos os gêneros, mas quando eles são mal desenvolvidos e vazios viram um pé no saco. O hq8 era bom, mas acredito que em algum momento começamos a nos repitir. Não dava para só fazer ação, precisava ter texto, personagens desenvolvidos e deixar de ser subliteratura. Hoje (e sempre!)toda boa aventura busca ser uma metáfora da vida. Acontece que estávamos vazios e pensei em buscar um caminho mais nobre. Veja! Releia o hq8.

Mas como comentei, no meio disso tudo tinha um dos autores que é dono de um estúdio de quadrinhos. Parte dos outros autores do hq8 são desenhistas do seu estúdio. E fazer cada um seguir o seu estilo e a sua visão pessoal deve ter sido uma idelização contra o estúdio. Afinal, esses desenhistas são prestadores de serviços. Se esses desenhistas prestadores de serviços fazem algo melhor fora da empresa , isso pode vir contra. E daí uma revolução acontece! Podemos especular que o interesse por esses desenhistas como "autores" podem surgir. Autores e desenhistas prestadores de serviço são coisas bem diferentes. É obvio que a empresa não quer isso.

Essa empresa tem contrato com editoras norte-americana, mas os desenhistas prestadores de serviço? Eles tem contrato com essas editoras? Ou quem tem é só o estúdio? Como funciona esses agênciamentos? Infelizmente eu não sei. O que sei é que o estúdio ofereçe para os desenhistas um cachê por volta de R$1.500,00 para desenhar 22 páginas por edição. Desenhadas e finalizadas. E ainda o estúdio tira 30 % por agenciamento. Não sei se do valor de r$1500,00, mas receber esse valor por um trabalho assim, onde os desenhistas dão o sangue e alma pelo o estilo "maestran", é receber miséria... Acontece que o neguinho brasileiro desenhista é vagabundo, vai fazer o quê? Quem fai oferecer mais? Por favor, tratem o desenhista brasileiro melhor! É foda querer seguir esse ofício aqui. Criar uma identidade visual e textual autoral e nacional é um trabalho de orgulho e sério, mas exploração não, amigos.

Eu me reuni com o dono desse estúdio, ele disse que eu estava me aproveitado do seu estúdio, com o hq8, me aproveitando dos outros desenhistas. Me promovendo as custas desses.

Absurdo! Onde? Por fazer um blog em conjunto e divulgar o blog?
Nenhum centavo do trabalho desses desenhistas entrou no meu bolso. Não tivemos qualquer ganho material, só ganhamos inimizades e desgosto um com outro. Não tirei 30% de ninguém. Não tenho estúdio de prestação de serviços e nem tenho a prentesão de ter.

Sou um autor de quadrinhos, um contador de histórias. Defendo a minha visão e meu trabalho com unhas e dentes. Acredito que isso faz diferença. Preservem as suas idéias e os seus ideiais, quadrinhistas!
Cuidado com as armadilhas da vida e os demiurgos especuladores! Idéias valem ouro!
Fazer quadrinhos é coisa séria, não é brincadeira. É Arte! E Arte não é só entrenter. É uma visão de mundo, a alma do artista. Tem um nome para ladrões de almas, sabem qual?

3 comentários:

Mateus Santolouco disse...

Muito bem, irei me abster de emitir opiniões sobre o HQ8 e o que está sendo dito aqui, pois isso me parece apenas uma retaliação resultado de um desentedimento pessoal que não deveria me dizer respeito. Ainda assim, sinto necessidade de elucidar alguns pontos sobre a relação profissional com o estúdio citado acima (depois explico por que):

1- O valor pago pela produção de 22 páginas não é tão estático como se faz parecer aqui. Primeiramente, esse valor não é estipulado pelo estúdio e sim pela editora contratante. Em segunda estância, esse valor depende da editora ou publicação com que se está trabalhando; editoras maiores pagam mais, menores pagam menos, naturalmente. E isso não se restringe a artistas brasileiros.
2-O estúdio se dá sim o direito de ficar com uma porcentagem deste valor pelo trabalho de agenciamento, já que o contato com os contratantes é feito através do estúdio e não dos artistas. Vale lembrar que estes contatos são resultado de anos de investimento, que incluem viagens para convenções no exterior e a construção de um perfil profissional confiável. Voltando as porcentagens de agenciamento, é dado pelo estúdio duas opções aos artistas: 30% do valor de página (onde o artista recebe o pagamento na entrega do trabalho) ou 15% (onde o artista recebe mediante o pagamento da editora, o que pode demorar entre 30 a 90 dias). Assim, cabe ao artista visualizar suas prioridades em relação ao imediatismo do pagamento e optar por ficar com 70 ou 85% ou ainda por negar o trabalho.
3-O estúdio não possue contrato com nenhuma editora ele apenas agência o trabalho de alguns artistas. A contratação destes profissionais pode se dar de duas maneiras: via contrato onde é estipulado um número “x” de edições a serem produzidas num período “y” de tempo e quem assina o contrato é o artista. Ou o trabalho pode ser requisitado por uma “ordem de serviço” que, em geral, diz respeito a produção de 22 páginas (1 edição), aqui a ordem de serviço é feita atravéz do estúdio agenciador do trabalho. Em ambos os casos quem tem o nome creditado nas páginas da públicação é o artista e não o estúdio.

Tomo a liberdade de esclarecer isso pois no período de um ano em que trabalho com o estúdio todas estas questões foram sempre tratadas com transparência e honestidade. Além disso percebo um constante esforço por parte do estúdio em conseguir trabalhos maiores e mais bem remunerados para os artistas. Tendo em vista a porcentagem de agenciamento isso é, obviamente, uma vantagem para ambas as partes, mas, em contrapartida, projeta os artistas para o grande público e produtores deste mercado. Esse reconhecimento pode gradualmente oferecer autonomia profissional, se o artista assim desejar. Pessoalmente não tenho nenhuma reclamação nesse sentido.

Finalizo desejando boa sorte e sucesso nas jornadas pessoais de todos. Chega de alimentar discórdias.
Abraço!

R. Grampá disse...

Que treta! Viu o que acontece quando junta muito desenhista trabalhando no mesmo projeto? Sempre dá merda! Cada um na sua sempre funciona melhor do que qualquer outro projeto em conjunto ( cada um com um ponto de vista e por isso sempre rola um atrito, que nem a arte consegue amortecer )e preserva as amizades! Mas é uma pena, o hq8 tava ficando bem classe! Curtia todos os artistas ali e achava divertido as viradas no roteiro, apesar de achar que faltava um conteúdo maior, um conflito verdadeiro pra segurar a história. Abraço!

Carlos Ferreira disse...

Pois é, Grampá. Vivendo e aprendendo. Acho que agora eu aprendi a lição de vez.

Grande abraço!

Mateus, obrigado por elucidar os pontos em branco dessa questão sobre o estúdio, precisavámos todos aqui de uma resposta por parte de um dos desenhistas prestadores para essa relação profissional.
O problema é que não é o estúdio o principal enfoque do texto, mas sim o dono do estúdio que é sim um especulador e trapaceiro. Na minha visão (como das outras vezes que te dei a minha opinião sobre as tuas relações de trabalho e essa minha visão acabou sendo servida e elucidada nas tuas experiências, veja, nos conhecemos a décadas e sabe que sempre prestigei o teu trabalho e que acreditei nele como sendo um expeoente autoral) mas voltando, na minha visão, um dia tu acordará desse sonho e verá que a verdade está lá fora.
Acontece que tu estás servindo o teu talento há um especulador que cria armadilhas sutis para o proveito próprio. Não é a toa que aquela Graphic Novel que ele lançará pela Image tem uma outra falcatura onde o roteirista original não tem o seu direito como um dos criadores respeitado, tendo seu texto modificado sem a visão e a opinião dele. O que aconteceu mesmo com esse roteirista depois?
Na minha reunião com esse sujeito ele especulou coisas usando o teu nome e de outras pessoas. Entre essas especulações está uma questão relacionada a Quanta que descobri depois ser uma grande mentira, tenho provas dessa calúnia e especulações.
Cara, sinceramente te cuida!

E para aqueles que aceitam esse tipo de exploração, digo que fodem uma classe assim!
Existem tabelas com o valor de páginas de quadrinhos que podem ser vistas em entidades a associações da classe. Tem na Sib, mas vou pesquisar sobre e colocar essas tabelas aqui.

Enfim, acho que esse assunto é polêmico e divergente.

Sobre os valores citados as fontes são seguras e não são ma suposição minha.

Abraço.