quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Terra do Fogo


Caros,

Estou produzindo uma hq que está sendo um grande desafio para mim. As minhas ambições não são poucas com esse quadrinhos. Estou produzindo e postando em blog, uma experiência que aprendi com um outro blog em parceria. Mas agora, ou por enquanto, vou navegando solo.É uma história clássica de aventura, uma história de realismo fantástico, um resgate de uma cultura perdida.Inspirado na literatura de Joseph Conrad, Herman Melville, Jorge Luis Borges, Darwin, Quiroga e outros. Uma ficção histórica e xamânica. Expresso todo o meu grafismo como tributo a Breccia, Pratt, Munõz, Goya e outros mestres do branco e negro.Terra do Fogo é uma obra sobre a América Latina, sua mitologia e fauna, tribos e entidades. Mas é universal. Conta a origem do mundo, um antigo desconhecido mundo que será um novo mundo.Muitas aventuras serão entrelaçadas em diferentes epócas. Um suposto exercício de metalinguagem vai ser experiementado nas sequências mostradas em futuro. Desejo ir até a Terra do Fogo no verão de 2009 e dirigir um documentário sobre essa fantástica região. Tudo inspirado pela produção desse quadrinhos. Estou muito contete de produzir isso. Convido a todos a acompanhar o blog.Valeu!


Carlos Ferreira

terça-feira, 18 de setembro de 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Sobre a El Víbora!

Essa foi um outra grande revista espanhola .Lançou grandes desenhistas, entre esses Max, o autor do Peter Punk. El Vibora experiementou todos os conteúdos e cores dos quadrinhos. Era lisérgica e rock and roll nas páginas. Um dos poucos desenhos coloridos, que vi, de José Munõz foi uma ilustração de capa. Só por isso já foi um marco histórico nas historietas.

Engraçado, escrevendo aqui nesse blog vou experiementado a velhice. Lembro quando eu era um guri e visitei o Barwilkel, um fã clássico da fase de ouro dos quadrinhos, o "velho" tinha um fazine que era só sobre os quadrinhos de ouro. Será que agora é a minha vez? Vou mostrar para uma geração nova uma velharia e dizer como era bom no meu tempo?

Quando conversei com David Mazzuchelli, em um jantar, na II bienal de quadrinhos do Rio de Janeiro, lá nos idos anos de 1993, sobre o que era o verdadeiro quadrinhos para ele, respondeu o que não era o verdadeiro quadrinhos: o quadrinhos careta, o quadrinhos de super-herói.
O cara que revolucionou os quadrinhos desenhado Batman Ano Um disse que quadrinhos de super-heróis são chatos, vazios e pobres. Que o legal era o quadrinhos autoral sem seres de colantes coloridos. Pessoas comuns dão histórias extraordinárias. E ainda, ele disse que adorava Max, El Víbora, Muñoz e fanzines.
Hoje ele já não desenha mais super-heróis. Ainda naquela época fugiu para os quadrinhos independentes com cara de fanzine.
Isso é o que eu chamo de autor de verdade.

sábado, 8 de setembro de 2007

O Processo

A questão trabalhista sobre a profissão “quadrinhista” é bem complicada. É complicada por que como profissão é legalmente inexistente no Brasil. Fazer quadrinhos é uma atividade não regulamentada. Se qualquer um que tem a intenção profissional de exercer essa atividade, em solo nacional, tem que ter muito cuidado, pois todos que executam essa atividade de forma “supostamente” legal estão ilegais.
Isso quer dizer que se cada um de nós for ao ministério do trabalho e apresentar a sua profissão como quadrinhista o resultado vai ser profissão inexistente. E se é uma profissão inexistente, toda a sua atividade pode ser considerada inexistente. Qualquer criança que sonhou um dia em ser médico tem a medicina como uma profissão regulamentada. Essa criança dedicou parte da sua vida para esse sonho e a sua profissão é reconhecido legalmente como médico. Mas aquela criança que sonhou, ou sonha, em ser um quadrinhista e passou horas e horas, dias e dias, meses e meses, anos e anos, lendo quadrinhos, aprendendo a estrutura da narrativa, buscou a essência dos quadrinhos nas outras artes como literatura, arquitetura, artes plásticas e cinema. Se essa criança sonhou, ou sonha, em um dia ser um profissional, um “quadrinhista” ela ainda vai envelhecer, morrer e continuar sonhando. Por que a nossa sonhada profissão não existe! Somos marginais! Sobrevivemos às margens ocultas de um sistema.

Se o caso é esse sobre os profissionais dos quadrinhos do Brasil, qual seria o caso sobre os estúdios de quadrinhos brasileiros? É ainda pior...

Como defender os seus direitos profissionais?
Bom, acredito que a primeira coisa a fazer é ir até o ministério do trabalho e buscar o setor para informações e se apresentar como artista. Artista é uma profissão regulamentada. No meu caso, sou artista-diretor cinematográfico. Sou afiliado a Aptc- associação profissional de técnicos cinematográficos. Também sou sócio fundador da Grafar- grafistas associados do Rio grande do Sul, mas essa associação ainda está em processo de ser regulamentada.
Façam os seus registros como artista-desenhista, artista-roteirista, artista-escritor e ou artista-cinematográfico. Filiem-se as associações regulamentadas para defenderem os seus direitos profissionais. Talvez, os mais jovens pensem como são chatas tais burocracias, mas sem essas o universo quadrinhistico será uma grande dor de cabeça. Precisamos nos regulamentar. Ver como será possível ter o quadrinhista como uma profissão regulamentada.
Por enquanto, quadrinhista é uma atividade artística, ou um termo para quem é fã de quadrinhos, mais especificamente, para quem é colecionador. Como uma atividade artística, o quadrinhista, desenha páginas de uma expressão artística chamada história em quadrinhos. Pode ser definida como atividade artística de ilustração. Quem desenha uma página em quadrinhos, se quer ter uma profissão definida por lei, ter um registro profissional, pode ter como artista-desenhista.


Por que é tão importante um registro profissional como quadrinhista? Para que serve?
É simples: através do registro profissional podemos ter a nossa carteira de trabalho assinada pelo empregador e ter os nossos direitos segurados. Direitos como salários, fundo de garantia, aposentadoria, férias, décimo terceiro salário, seguro desemprego, plano de saúde, vale transporte, vale alimentação e etc...
Hoje o que algumas empresas fazem é persuadir o artista que tem como atividade desenhar páginas de quadrinhos. As empresas persuadem a esse artista a não ter um vinculo empregatício, desvinculando a empresa das obrigações básicas. Essas empresas alegam que não tem estrutura para assinar as carteiras, que o trabalhador iria ganhar menos dinheiro e a melhor forma de negociar uma proposta de trabalho é criando uma relação autônoma. Elas exigem do trabalhador essa informalidade. Tudo em um tom entre amigos. Isso quando elas falam sobre carteira de trabalho, ou emprego. Algumas já profissionais da falcatrua já arrombam impondo o trabalhador a condição free-lancer.
Não há nada errado em ser free-lance, mas cada profissional que dedica seu trabalho prestando horas diárias do seu tempo dentro de uma empresa por mais de seis horas diárias, por mais de três meses, não é um free-lance. Por lei já existe um vinculo empregatício. E seus direitos como empregado já podem ser reclamados e uma empresa assim já pode ser denunciada no ministério do trabalho e na receita federal. Qualquer cidadão pode denunciar esse ato ilícito.

As relações de free-lance e empresas precisam ser negociadas em contrato por trabalho. O melhor seria ter esse contrato assessorado e acompanhado por advogados de ambas as partes. Isso seria o modelo ideal. E pode parecer uma utopia minha, mas é mais fácil e prático que todos os interessados imaginam. Existem juizados de pequenas causas que são locais que podem assessorar qualquer um interessado, sem gastar rios de dinheiro. Custos mínimos como passagem de ônibus, xérox de documentos, autenticação dos documentos etc... É barbada! Qualquer desvio do contrato basta consultar esse documento, o contrato, e o desvio é segurado por lei. Contratos de boca-boca é beijo! Isso acaba em foda.
Uma relação de trabalho precisa ser documentada, faz parte do profissionalismo. Para alguns, pode parecer uma perda de tempo, mas, amigo, se fores te vincular nas viciosas relações já existentes, passados os anos tu vais sentir que perdeste o teu tempo. Que fostes um zé ninguém e o contratante, suposto empregador se deu bem! Viajou pelo mundo com parte da tua grana paga no “agenciamento”, no “desvinculo empregatício” e fez novos contatos e novos contratos para a empresa e por mais que o seu nome saia nos créditos... É a empresa e o empresário que está lá no altar gringo enchendo o ego. E tu será um zé ninguém colaborador. Foi isso o que aconteceu com uma pá de grandes desenhistas e mestres artistas. O santo Mottini lá no céu é prova e lenda que a miséria é a lei da gravidade para os artistas que não cuidam dos seus direitos.
Cuidemos-nos das cobras, senhores!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Não confie em ninguém!

Puxa começo ficar muito preocupado e com medo! O que foi o que eu fiz? Acho que vou ser tortutado ou vou morrer!
Por Favor, Por Favor!!!

Certo agora vamos aos verdadeiros fatos que importam aqui: estou pesquisando sobre tabelas, leis trabalhistas que correspondem os nossos direitos como profissionais. Em breve vou postar aqui o que é necessário para sermos respeitados como classe trabalhista.

hq8- a novela que não quer acabar

Recebi esse e-mail:

Olha, meu caro, o que o Rafael te disse eu não sei por completo. Masnão cabia a mim defender estas posições muito menos atitudes. Por issomesmo, incentivei não só a tí, mas a ele tb para que conversassem e seresolvessem pessoalmente, não acho que isso deveria me dizer respeitoem cunho pessoal. Eu não iria ficar maquinando conspirações, muitomenos quando esses atritos ficavam respingando em mim de ladosdiferentes sendo que eu não queria desafetos com nenhum deles.Não foi uma vez que defendi teu lado enquanto surgiam reações de raivainterpretando tuas ações. Acontece, cara, que tu me deixou sem tercomo te defender. Agora tu pára e faz uma reflexão... Onde nos nossosblogs, no HQ8, ou em qualquer lugar da internet tu pode achar textosvindos do Rafael ou de qualquer um que faz parte do estúdio ou dogrupo, falando as tais calúnias e conspirações de que tu tantoreclama? Isso era uma impressão pessaol que foi dita a TÍ. Mas quandotu recorre a retaliação, não só reclamando, mas também devolvendo commais meias verdades e teorias conspirativas e publicando estas emespaço público, tu perde a razão, meu velho. Tu poderia ter me ligadoe me dito o que quer que fosse que tu acha sobre a postura do Rafaelou sobre a minha conduta. Mas publicar assim eu acho, no mínimo,deselegante. Na verdade são atitudes desse tipo que geram guerras.Não acho que tenha mentido pra tí, só achei que não era minha partefalar pelo Rafael. Mas, ninguém é perfeito. Acredito sinceramente quese tivesse tido a oportunidade de falar contigo pessoalmente eu teriadito tudo o que se passava na minha cabeça como fiz em outrasoportunidades. Não aconteceu, eu realmente estava bem ocupadadonaquele momento. A minha intenção era que isso se resolvesse demaneira madura. Realmente é uma pena que as coisas tenham ido pra esselado.No fim, te desejo igualmente boa sorte.

Caso eu desapareça ou seja abduzido por um ovni. Que saibam que é devido a esse email.
A verdade está lá fora!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Que venga los monos!


Fierro neles!

Lembro que nos anos oitenta as histórias em quadrinhos era realmente um poder. Não que hoje elas não sejam um poder. Os quadrinhos hoje são, mas talvez a sua força hoje seja mais vinculada como um produto de venda, ou merchandising. No século XXI o interesse dos investidores nas histórias em quadrinhos está na transposição dessa arte, a chamada nona arte, para o cinema, a sétima arte. Seria um trampolim os quadrinhos? Nos anos oitenta sonhávamos em ver Batman, X-men ( na época a pronuncia era chismem), Ronin, e outros nas telonas. Tínhamos só o Superman de Richard Donner, a chinela adaptação do Homem-Aranha, Flash Gordon, um tosco telefilme do Capitão América e o seriado de tv do Incrível Hulk. Mas filme bom entre esses? Nenhum. Talvez Superman, mas esse arranha em alguns momentos, tenho um grande carinho por esse filme por que foi com ele que o meu interesse por cinema começou. Acontece que hoje os quadrinhos se convertem para o cinema e isso já é uma fábula sobre cifrões na cabeça de alguns quadrinhistas.
Antes, até os anos oitenta, neguinho que queria fazer quadrinhos queria era fazer quadrinhos, desenhar, contar uma história, criar o seu estilo. Existiam revistas de “poderosa” fonte de expressão e estilos. Entre essas revistas estava a Fierro. Quem aqui conheceu a Fierro levanta o dedo! O poder de antigamente era fazer quadrinhos para os quadrinhos, nos quadrinhos e sendo apenas uma história em quadrinhos. A “ Fierro” era uma revista que produzia isso de uma forma magistral. A Fierro foi uma revista criada na argentina pelo director editorial gênio louco André Cascioli. Eram colaboradores Carlos Nine, Alberto Breccia, Henrique Breccia, Fontanarossa, Sampayo e Muñoz, Cacho Mandrafina, Carlos Trillo, Hugo Pratt, Horácio Altuna e muitos outros gênios. Juro! Não é mentira minha! Essa revista existiu. Foi uma revista onde todos que faziam quadrinhos sonhavam em publicar naquelas páginas portenhas. Um sonho muito diferente de hoje, onde a maioria sonha em publicar nas editoras de super-heróis, fazer muita grana e quem sabe depois ver a sua visão ser adaptada pelo Michael Bay. Outro sonho que existia na época era fazer revistas nos moldes da Fierro e diversas revistas surgiram com a Fierro como referência. O que chamava a minha atenção era o teor original, adulto e autoral das histórias impressas na Fierro. Era uma revista com um estilo gráfico único. As suas capas, com texturas de metais enferrujados, eram todas coloridas a mão. Muito antes dessa prática e preguiçosa invenção da cor digital. Uma outra coisa interessante sobre a revista era que ela era um portal para autores estreantes, o desenhista aprendia a desenvolver o seu estilo publicando nela.
Sonho bom! Na época, com os meus quinze anos, eu imaginei que a década noventa seria uma década com mais revistas como a Fierro (até fiz a minha Fierro, a Peekaboo, mas isso é uma outra história...). Pior, sonhei que o século XXI seria o século onde diversos novos Pratt, Muñoz, Breccias estariam por aí. Até tem nego bom, mas onde estão os novos mestres? A força da Fierro era essa, criar gênios. Mas a revista acabou. O sonho acabou. Agora somos reféns de uma nova geração. De novas fórmulas de edição. Os quadrinhos circulam das mais diversas variantes formas de veículos. Do digital ao impresso. Revistas e livros. Vejo que o poder de mídia é forte, mas por que essa arte perdeu a sua força interna?
Quadrinhos agora é gênero cinematográfico? Quadrinhos são um pré-storyboard? E ser quadrinhistas é ser base criativa para diretor ou produtor de Hollywood?