sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro-Parte 1


Ethon Fonseca- virou o Guimik da Bienal com o seu nariz vermelho comprado em São Chico. Ethon é francês e foi o primeiro militante contra os super-heróis.


Em 1991, eu com 21 anos, alguns dos guris com menos idade, acho que o Walter Pax tinha lá os seus 17 anos, Rodrigo Rosa com 18 anos e rosto da patota por aí.
As primeiras notícias da Bienal começaram a chegar pelos membros da Grafar, por Adão Iturrusgarai, Santiago, Vasques, Guazzelli e outros. Depois começamos a ler sobre a Bienal dos Quadrinhos nas revistas Animal e Panacea.
Ethon e eu, amigos que trocavam idéias e informações sobre tudo dos quadrinhos. Quando soubemos que Breccia e Will Eisner viriam para o Brasil começamos a projetar a ida para o Rio.


Vista do apê do Rio. Dez dias nesse apê que até o fim da Bienal era só cheiro de saco sujo. Tinha gente que passou mais de dez dias sem tomar banho. Já saido de Porto Alegre fedendo. Putz...


Ethon tinha uma tia com um apê em Copacabana, ela emprestou o apartamento para ele. A sede estava definida, próximo passo era tentar levar o maior número de quadrinhista para lá e foi o que fizemos. Cada um foi juntando grana, como dava, por empréstimo, por trampo e a família. Ethon, até a Bienal, foi viver um tempo em São Paulo. A figura do Ethon é de grande importância nessa história, ele foi o que se pode dizer de Yoda, ou Moisés, o Jesus, comparado a Antônio Conselheiro, pré-destinado como Ka-el. O cara foi líder. Estamos todos em dívida com ele. O esforço maior foi desse mestre. O cara laburou em São Paulo, com um trabalho nada fácil, para conseguir financiar a ida de alguns membros do grupo que não tinham grana. Cedeu o apê da tia dele na boa para todos nós. Tudo para um futuro melhor para os quadrinhos gaúchos. No apê ficou Jack Kaminski, Walter Pax, Vinícius Martins, Rodrigo Rosa, Moacir Martins e outros que nem lembro mais, impossível.


A liga dos desenhistas: foto 1( Walter Pax, Vinicius Martins, Carlos Ferreira, Ethon Fonseca), foto 2 (Walter Pax, Jack Kaminski e Carlos Ferreira). Fomos para o Rio para mudar o mundo! Super fortões! Que mico!


Depois de organizada a viagem para o Rio, fui passar uns dias em São Paulo para fazer companhia ao amigo Ethon. Quase não lembro nada do que fizemos em São Paulo, fora ouvir uns lps do Gonzagão, erva santana e mais erva santana. Mas lembro da chegada no Rio. Chegar de ônibus e pegar um táxi até Copacabana, depois encontrar o edifício Máster, se não era o edifício Máster, era muito parecido. O apartamento era super pequeno, um jk. Onde dez ou doze pessoas estariam vivendo ali por dez dias no período da Bienal. Uma loucura! Pelo menos a janela tinha vista para o Cristo.


Foto 1: Ethon Fonseca, Rodi Rosa, Moacir Martins e Vinicius Martins.
Foto 2: Rodrigo Rosa, Rodi Rosa, Vinicius Martins.

A Liga dos Desenhistas foi chegando aos poucos. Durante os dois primeiros dias. Mas na Bienal a coisa já fumava. Era o paraíso dos desenhistas.


Histórico encontro com o Will Eisner. Veja o detalhe da foto com o Will impressionado na presença do Rodi, editor da Made in Brasil. Will (querendo uma boquinha na revista de vanguarda mundial) estende a mão para o Rodi, mas ele não tá nem aí para o pai do Spirit.


Continua...

7 comentários:

Walter Pax disse...

Cara, muito afudê!!! Me senti com dezessete anos novamente.As fotos e as legendas tão ótimas...a gurizada não vai acreditar.A esnobada do Rod no Will Eisner, matou a pau!!!

Carlos Ferreira disse...

Ha,ha,ha,ha...

Claudinha disse...

Prenúncio do BBB!
Amigo meu já recebeu 14 no seu ap. de 1 dormitório em Salvador, por isso o apelido global... :-)
Claudia

Carlos Ferreira disse...

E esse nem quarto tinha, Claudia!

Rodrigo Rosa disse...

Muito bom o post. Faço idéia que na continuação venha a "trecheira". Manterei meu advogado atento. Hahahaha... Fora isso, não éramos mais de seis naquele apê. A não ser que teu estado frequente de embriagues te fizesse ver tudo em dobro...Eu continuo sendo um guri de 36 anos.

Carlos Ferreira disse...

Rodrigo, o cheiro de asa e saco sujo era tanto que fez eu ver mais gente no apê. Lisérgico!

Walter Pax disse...

Agora tu achou o tom certo pra essa história...Tá emocionante!